Avaliação da citotoxicidade e da liberação iônica de mini-implantes ortodônticos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Propôs-se neste trabalho avaliar a biocompatibilidade dos mini-implantes ortodônticos novos e utilizados em tratamento ortodôntico por meio da aplicação de testes avaliativos de toxicidade celular in vitro e de liberação iônica in vivo. O ensaio de citotoxicidade foi através da levedura Saccharomyces Cerevisiae que é um modelo microbiológico eucariótico. Foram realizados testes qualitativos e quantitativos, com a cepa selvagem FF18733 desta levedura. Foram executados testes de exposição direta (em meio de cultura YPD líquido) e testes de exposição indireta utilizando: MIs novos, MIs expostos ao fluoreto de sódio (NaF a 0,0125%, 0,025% e 0,05%), e MIs utilizados in vivo. Foram realizadas fotomicrografias com microscopia eletrônica de varredura (MEV) nos MIs utilizados in vivo e novos. Como resultado, a cepa selvagem FF 18733 mostrou uma diminuição de sua sobrevivência nos experimentos de exposição direta a um e a dois mini-implantes novos. No entanto, tal sensibilidade não se mostrou significativa. Os resultados de exposição à saliva artificial de novos, bem como todos os resultados referentes aos usados, não indicaram diferenças em relação aos controles. Da mesma forma, a exposição ao NaF não induziu, nos MIs, uma corrosão suficiente para causar toxicidade celular significativa nesta levedura. Apesar da corrosão leve apresentada nas fotomicrografias, não foram observadas induções de perda de viabilidade celular significativas na cepa testada de S. cerevisiae a partir dos componentes da liga (Ti-6Al-4V) dos MIs ortodônticos. Evidenciou-se, assim, que tais componentes não alteram de forma importante o metabolismo da levedura, indicando que os MIs testados tendem a apresentar uma boa biocompatibilidade para uso em clínica ortodôntica. No estudo in situ, o objetivo foi examinar e comparar os níveis de vários íons metálicos liberados na saliva de pacientes em tratamento ortodôntico e que iriam necessitar de tratamento envolvendo o uso de miniimplante. A amostra foi composta por 20 indivíduos que estavam entre o sexto e o oitavo mês de tratamento ortodôntico. A saliva de cada paciente foi coletada em 4 tempos diferentes: antes da inserção do MI (T1), 10 minutos (T2), 7 dias (T3) e 30 dias (T4) após a instalação do MI. As amostras salivares foram analisadas através de espectrometria (ICP- MS - inductively coupled plasma mass spectrometry; e ICP-OES - inductively coupled plasma optical emission spectrometry). A liberação de nove diferentes ions metálicos foram observados: titânio (Ti), zinco (Zn), cromo (Cr), níquel (Ni), ferro (Fe), cobre (Cu), alumínio (Al) e cobalto (Co). Os dados foram analisados através de estatística descritiva e testes de normalidade (Shapiro-Wilk). A concentração de ions metálicos na saliva nos quatro tempos diferentes de tratamento com MI foi comparado usando o teste de Wilcoxon (α=95%). No tempo T4, houve um aumento quantitativo na concentração salivar de Cu, Ti, V, Zn, bem como um decréscimo quantitativo na concentração salivar de Al, Co, Cr, Fe, Ni, quanto comparados ao grupo T1. No entanto, não houve diferenças estatisticamente significativas entre as concentrações de metais. Logo, pode ser concluído que a colocação de aparelho ortodôntico associado ao uso de mini-implante ortodôntico não leva a um aumento, estatisticamente significativo, na concentração de ions metálicos na saliva.

ASSUNTO(S)

odontologia materiais biocompatÍveis materiais dentÁrios ortodontia

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