Avaliação da capacidade imunomoduladora de extratos de própolis verde em animais vacinados com herpesvírus suíno tipo 1 (SuHV-1) ou herpesvírus bovino tipo 5 (BoHV -5) / Evaluation of the immunomodulator activity of green propolis extract in animals vaccinated with swine herpesvirus type 1 (SuHV-1) or bovine herpesvirus type 5 (BoHV-5)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A formulação de vacinas frequentemente requer o uso de adjuvantes que prolongam ou potencializam as respostas imunes humoral e/ou celular. Atualmente, muitas vacinas são formuladas a partir de substâncias como o hidróxido de alumínio ou emulsões oleosas, específicas para uso veterinário. Contudo, tem sido crescente o interesse pela avaliação de substâncias naturais com potencial adjuvante, como os extratos derivados de plantas. A própolis, produzida pelas abelhas a partir de exsudatos coletados de plantas, tem despertado o interesse de pesquisadores em função das inúmeras propriedades bioativas relatadas, como ação antiviral, antiinflamatória e antitumoral. Além disso, apesar de desconhecidos muitos dos mecanismos de ação, a própolis apresenta atividade sobre o sistema imune. O objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade imunomoduladora de um extrato etanólico da própolis verde brasileira, quando utilizado como adjuvante em vacinas inativadas contra o herpesvírus suíno tipo 1 (SuHV-1) ou herpesvírus bovino tipo 5 (BoHV-5). A adição de 5 mg/dose do extrato a uma vacina com hidróxido de alumínio contra o SuHV-1 incrementou a resposta imune humoral de camundongos, quando comparado com a mesma vacina sem própolis (P<0,01). Este efeito foi mais evidente quando a vacina foi diluída (1:4 e 1:8), podendo-se observar um aumento no título de anticorpos neutralizantes, expresso em log2, que passou de 3 para 4,48 e de 2,18 para 4,48, respectivamente, sugerindo que quanto menor a massa antigênica ou menos imunogênico o antígeno, mais pronunciado é o efeito adjuvante da própolis. Quando a própolis foi utilizada isoladamente com o antígeno, não foi observado aumento no título de anticorpos neutralizantes, determinado por soroneutralização. Além de incrementar a resposta imune humoral, o uso da própolis também aumentou a resposta celular, elevando a síntese de mRNA de IFN-? nos esplenócitos dos camundongos, mensurada pela técnica de RT-PCR. Este aumento foi observado inclusive no grupo de animais imunizados somente com antígeno e própolis, contrariando os resultados da resposta humoral. O efeito adjuvante da própolis foi evidenciado também quando camundongos foram desafiados com 31,6 doses letais do SuHV-1, 21 após a segunda inoculação. A adição da própolis à vacina com hidróxido de alumínio aumentou o percentual de animais protegidos, especialmente nas maiores diluições, em comparação à vacina sem própolis. Resultado semelhante foi observado no grupo de animas vacinados somente com própolis e antígeno. A associação de 40 mg/dose do extrato etanólico de própolis verde à vacina oleosa contra BoHV-5 aumentou o título de anticorpos neutralizantes de bovinos (P<0,01), quando comparado à vacina sem própolis. Trinta dias após a segunda vacinação, o título passou de 35 para 54 e aumentou de 43 para 67, trinta dias após a terceira vacinação. Além disso, houve aumento no percentual de animais com títulos elevados, acima de 32. A inclusão de 20 mg/dose do extrato não alterou a resposta humoral. A análise cromatográfica da própolis por HPLC revelou altos níveis de compostos fenólicos como o artepillin C e derivados do ácido cinâmico, que podem ter sido as principais substâncias com ação sobre o sistema imunológico. Portanto, o extrato etanólico de própolis verde atuou como uma substância adjuvante, incrementando as respostas imunes humoral e celular em camundongos e humoral em bovinos, melhorando a eficiência das vacinas experimentais.

ASSUNTO(S)

sistema imunológico propolis imunomodulação imunology saude animal (programas sanitarios) immunological system própolis imunologia immunomodulation

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