Avaliação da Calendula officinalis L.na cicatrização cutânea de cães. Aspectos clínicos, histopatológicos e histoquímicos. / Calendula officinalis L. evaluation on cutaneous cicatrization in dogs. Clinical, histopathological and histochemistry aspects.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A pesquisa e a aplicação de medicamentos com princípios naturais vêm sendo cada vez mais desenvolvidas e procuradas a fim de tratar diversas patologias, tanto para os seres humanos como para os animais. Na rotina veterinária se observa que os traumas envolvendo cães ocorrem com um alto percentual desencadeando perdas cutâneas de diferentes graus. Em vista disso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o processo de cicatrização de feridas cutâneas tratadas topicamente com uma pomada teste composta de calêndula e vaselina, através de estudos clínicos, histopatológicos e histoquímicos. Para o estudo foram utilizados18 cães machos, adultos, peso médio de 10,92,8 Kg, sem raça definida que compuseram três grupos (A, B e C) com seis animais cada e diferindo apenas no tempo experimental, ou seja, no grupo A, a avaliação transcorreu durante sete dias, no do grupo B, em 14 dias e os do grupo C, em 28 dias. Em cada animal foram produzidas três lesões separadas entre si por aproximadamente 5 cm, na região torácica lateral as quais foram submetidas ao seguinte protocolo de tratamento: pomada de calêndula, de vaselina e solução de cloreto de sódio 0,9%. A troca dos curativos das feridas e a avaliação clínica ocorreram diariamente até o dia estipulado para da biopsia, ou seja, ao 7, 14 e ao 28 dia. Os parâmetros clínicos observados foram: estado geral do animal, eriçamento dos pêlos, edema, eritema, dor ao toque, secreção, crosta, tecido de granulação, tecido cicatricial, contração da ferida, reações de sensibilidade cutânea, facilidade de aplicação e aderência do curativo. Exames histopatológicos foram realizados pela coloração Hematoxilina e Eosina e os histoquímicos através do Masson e picrosírius. Nos resultados se observou que ao 70 dia as feridas tratadas com cloreto de sódio apresentaram aderência da compressa de gaze a área cruenta, crostas ressecadas e espessas e coloração vermelha escura e fosca; as dos demais grupos mostravam-se com uma intensidade de cor e brilho. As tratadas com pomada de calêndula e vaselina demonstraram presença discreta de tecido de granulação na área central da lesão e tecido cicatricial nas bordas. Ao 14 dia as feridas que receberam calêndula e vaselina caracterizavam-se pela presença de crosta, tecido de granulação preenchendo a área cruenta e tecido cicatricial; as tratadas com solução de cloreto de sódio 0,9% apresentavam uma maior quantidade de exsudato considerado inflamatório. As avaliações clínicas das feridas estudadas no grupo 28 dias ocorreram até o 18 dia, pois a partir deste momento todas feridas encontravam-se cicatrizadas. No 7 dia de tratamento a avaliação histopatológica se constatou que nas feridas tratadas com pomada de calêndula não houve reepitelização total, o epitélio nas margens da ferida estava hiperplásico, com cristas epidérmicas profundas e início de proliferação epitelial O tecido de granulação apresentou-se bem diferenciado com grande quantidade de fibroblastos ativos na síntese de colágeno, macrófagos e vasos neoformados. Neste mesmo período nas feridas tratadas com vaselina e solução de cloreto de sódio 0,9% não foram observadas reepitelização. No 14 dia as feridas, independente do tratamento instituído, apresentaram o epitélio hiperplásico na borda da lesão e com formação de cristas epidérmicas, além da presença de crosta no leito da ferida. Nas feridas tratadas com cloreto de sódio 0,9% no 14 dia observou-se a presença de vasos congestos no tecido de granulação e ainda exsudato inflamatório intenso determinando um retardo na evolução do processo cicatricial em relação às feridas tratadas com pomada de calêndula e vaselina. O aspecto clínico e a organização das estruturas celulares se mostraram mais evidentes em feridas cutâneas tratadas com a pomada de Calendula officinalis L. o que torna o produto uma opção para aplicação tópica nos processos cicatriciais de pele.

ASSUNTO(S)

wounds calendula dogs aspectos histoquímicos cão aspectos histopatológicos aspectos clínicos cicatrização calendula officinalis clínica veterinária cicatrização feridas medicina veterinaria cicatrization

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