Avaliação da atividade fitoestrogênica do extrato hidroalcoólico e da infusão das folhas de Morus nigra L.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Avaliou-se a influência do extrato hidroalcoólico e da infusão das folhas de Morus nigra L. em diferentes ensaios biológicos (uterotrófico em ratas adultas ovariectomizadas e em pré-púberes, e pubertal) em ratas Wistar. O objetivo dos ensaios foi avaliar a atividade estrogênica de Morus nigra observando-se o desenvolvimento uterino de ratas adultas ovariectomizadas e pré-púberes, e, a manifestação da abertura do canal vaginal, regularidade do ciclo estral e desenvolvimento uterino de ratas do desmame à puberdade. Os protocolos realizados foram embasados nos padrões estabelecidos pela Organization for Economic Co-operation and Development (OECD) – Programa para a validação de ensaios uterotróficos como rastreamento de possíveis substâncias com atividades estrogênicas in vitro. O material vegetal foi coletado a campo, na cidade de Porto Alegre, RS e utilizado ainda fresco para a preparação da infusão e do extrato hidroalcoólico sendo o primeiro preparado por maceração mecânica das folhas (20g de folhas frescas) em 200ml de água destilada, e o segundo por maceração de 100g de folhas em 1000ml de solução hidroalcoólica (1:1), com posterior concentração em rotavapor à vácuo, ambos conservados sob refrigeração durante o período dos ensaios biológicos. O cálculo do resíduo seco para estas amostras foi efetuado com base na evaporação em estufa de volumes conhecidos em frascos de Becker, resultando em (média ± desvio padrão) 5,4 ± 0,32mg/ml de 7 amostras para a infusão e 123,1 ± 0,17mg/ml de 9 amostras para o extrato hidroalcoólico. As ratas foram tratadas diariamente, por via oral com sonda flexível ou rígida, com 0,4mg/kg de benzoato de estradiol (controle positivo), 10ml/kg de óleo de canola (controle), 615,3mg/kg de extrato hidroalcoólico 50% ou 27,0mg/kg de infusão das folhas de Morus nigra L.. Os ensaios uterotróficos tiveram uma duração de 7 dias, para fêmeas ovariectomizadas e de 3 dias, para as pré-púberes, e o ensaio pubertal (subcrônico) cerca de 35 dias. Os resultados revelaram, no ensaio com ratas adultas ovariectomizadas, um aumento da massa corporal relativa dos grupos tratados com óleo de canola (controle) e extrato das folhas de Morus nigra L.em relação aos demais grupos (estradiol- controle positivo- e infusão das folhas de Morus nigra L.), bem como o aumento da massa relativa do útero úmido e seco dos grupos tratados com estradiol e infusão de Morus nigra, acompanhado de retorno ao ciclo estral somente no grupo estradiol; em relação aos demais órgãos, houve redução significativa da massa de fígado e rins do grupo infusão de Morus nigra em relação ao demais grupos. No ensaio uterotrófico em ratas pré-púberes, os resultados demonstraram um aumento da massa corporal dos animais tratados com infusão de Morus nigra e um aumento na massa relativa do útero úmido e seco do grupo estradiol em relação aos demais. Nas fêmeas tratadas subcronicamente no ensaio pubertal, o grupo estradiol apresentou uma antecipação da abertura do canal vaginal, uma redução significativa da massa dos ovários e um aumento igualmente significativo na massa relativa do fígado em relação aos demais grupos e um aumento igualmente significativo na massa relativa do rim direito em comparação ao grupo controle. Conclui-se que o extrato hidroalcoólico e a infusão das folhas de Morus nigra não apresentaram atividade estrogênica (nas doses administradas) nos protocolos avaliados.

ASSUNTO(S)

toxicologia : plantas morus spp fitoestrogênios

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