Avaliação da atividade antioxidante da casca e torta de noz-pecã [Carya illinoinensis (Wangenh) C. Kock]

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O processamento da noz-pecã resulta em subprodutos, como a casca, comercializada para preparar chá e a torta, resultante da prensagem para a obtenção do óleo, utilizada em panificação. No presente trabalho foi determinado a composição nutricional da casca, o teor de compostos fenólicos totais e de taninos condensados em diferentes extratos (éter, acetona, álcool e água) da casca e torta de noz-pecã, e, em extratos do chá da casca de noz-pecã. Além disso, foi estudada a atividade antioxidante dos diferentes extratos da casca e torta através dos sistemas ABTS [2,2#-azino-bis-(3- etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico)], DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazil) e ß-caroteno/ácido linoléico. Neste último sistema a atividade antioxidante dos extratos foi comparada com a atividade de uma mistura de tocoferóis naturais (MT) e, o efeito sinérgico dos extratos e dos tocoferóis foi estudado através da mistura de ambos. A cor da casca e da torta foi determinada através de análise instrumental utilizando o sistema CIE Lab. De acordo com os resultados obtidos, a casca apresentou um teor elevado de fibras (48,6 %). Na casca da noz-pecã, os teores significativamente mais elevados (p <0,05) para fenólicos totais e taninos condensados (118,4 mg GAE/g e 736,5 mg CE/g CE) e, a maior atividade antioxidante nos sistemas ABTS (2600,6 mol TEAC/g) e DPPH (453,9 mg TEAC/g após 30 min. e, 617,4 mg TEAC/g após 24 horas), foram observados no extrato alcoólico. Na torta da noz-pecã, os teores mais significativos (p <0,05) para fenólicos totais (16,4 mg GAE/g), taninos condensados (31,2 mg CE/g) e atividade antioxidante, nos sistemas ABTS (235,3 mol TEAC/g) e DPPH (68,6 mg TEAC/g após 30 min. e, 100,3 mg TEAC/g após 24 h), foram observados na fração extraída com acetona. Para os extratos de chá da casca, o teor de compostos fenólicos totais determinado foi de 116,7 a 167,2 mg GAE/g e, de taninos condensados entre 35,5 e 48 mg CE/g. No chá, a atividade antioxidante no sistema ABTS, variou entre 1112,6 a 1763,2 mol TEAC/g, e entre 305,6 a 488,4 mg TEAC/g (reação de 30 min.) e, de 482,5 a 683,7 mg TEAC/g (reação de 24 horas) para o sistema DPPH. Foi observada uma boa correlação entre o conteúdo de compostos fenólicos totais e a atividade antioxidante dos extratos para os diferentes métodos na casca, torta e no chá da casca de noz-pecã (r entre 0,9320 e 0,9980). A atividade antioxidante determinada pelo método ß-caroteno / ácido linoléico foi superior para a fração acetona (94,9 % de inibição da oxidação na concentração de 500 ppm na casca e, 93,1 % na concentração de 300 ppm na torta de noz-pecã). Para o chá o maior percentual de inibição da oxidação (96,4%) foi observado para a concentração de 500 ppm. Os tocoferóis apresentaram resultados inferiores quando comparados com os extratos da casca, torta e chá e, não foram observados efeitos sinérgicos para as misturas dos extratos e tocoferóis. A análise de cor da casca e torta indicou maior tendência aos tons vermelhos nas amostras com maior teor de taninos condensados. Os resultados indicaram um teor elevado de compostos fenólicos e elevada atividade antioxidante para a casca e torta de noz-pecã, sendo a atividade maior para a casca.

ASSUNTO(S)

taninos ciencia de alimentos chá antioxidantes fenóis noz pecã - subprodutos

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