AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA DO VENENO DA SERPENTE Bothrops moojeni / ASSESSMENT antinociceptive activity of snake venom Bothrops moojeni
AUTOR(ES)
José Pereira Rebouças Júnior
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
24/06/2010
RESUMO
Estudos têm sido desenvolvidos visando a busca de novas substâncias analgésicas que proporcionem um tratamento eficaz no alívio das dores intensas. Assim, o objetivo desse trabalho foi estudar a atividade antinociceptiva do veneno bruto da serpente Bothrops moojeni em modelos experimentais. O efeito antinociceptivo central e periférico do veneno bruto foi avaliado em quatro ensaios farmacológicos: teste de contorções abdominais induzidas por ácido acético, teste da formalina, teste da retirada da cauda (tail-flick) e teste da placa quente. Esse efeito foi comparado com o do analgésico clássico morfina e o envolvimento do sistema opióide foi verificado através do uso da naloxona, antagonista opióide clássico. Em todos os testes realizados foram utilizados camundongos swiss (Mus musculus) (n = 6) e tanto o veneno bruto de Bothrops moojeni como a morfina foram administrados por via intraperitoneal. No teste de contorções abdominais, o veneno bruto apresentou atividade analgésica periférica nas doses de 0,025 mg/Kg (24,00 2,77 ); 0,05 mg/Kg (12,38 2,61); 0,1 mg/Kg (8,50 1,21) e 0,2 mg/Kg (4,40 0,60) em relação ao controle negativo (35,38 2,37). A dose de 0,2 mg/Kg inibiu as contorções abdominais em aproximadamente 87,5% e foi significativamente diferente das doses de 0,025 mg/Kg (32,1%); 0,05 mg/Kg (65,0%) e 0,1 mg/Kg (76,0%). No teste da formalina, fase 1, o veneno bruto inibiu, de forma significativa, o tempo de lambida na pata injuriada apresentando atividade antinociceptiva de origem neurogênica nas doses de 0,1 mg/Kg (70,00 6,09) e 0,2 mg/Kg (51,86 5,14) em relação ao controle negativo (111,40 5,08). As doses de 0,2 mg/Kg e 0,1 mg/Kg inibiram o tempo de lambida em aproximadamente 37,0% e 53,5%, respectivamente. Na fase 2 do teste da formalina, o veneno bruto apresentou atividade antinociceptiva nas doses de 0,025 mg/Kg (156,3 6,22); 0,0 5mg/Kg (88,14 11,96), 0,1 mg/Kg (63,71 7,09) e 0,2 mg/Kg (42,45 5,25) em relação ao controle negativo (222,70 17,75), demonstrando atividade analgésica de origem inflamatória. A dose de 0,2 mg/Kg inibiu o tempo de lambida em aproximadamente 81,0% e foi significativamente diferente das doses de 0,025 mg/Kg (30,0%); 0,05 mg/Kg (60,5%) e 0,1 mg/Kg (71,5%). No teste da placa quente e da retirada da cauda, o veneno bruto não apresentou atividade antinociceptiva central-cerebral e medular, respectivamente, em nenhuma das doses testadas. Foi verificado também que a naloxona (5,0 mg/kg), intraperitoneal, não foi capaz de bloquear o efeito antinociceptivo do veneno bruto em nenhum dos testes realizados, provavelmente indicando que seu mecanismo de ação não envolve a via opióide. Conclui-se assim que o veneno bruto da serpente Bothrops moojeni apresentou atividade antinociceptiva periférica, e possui um potencial biológico para ser utilizado como ferramenta para o estudo da nocicepção, podendo servir para o desenvolvimento de novos medicamentos para tratamento da dor
ASSUNTO(S)
atividade antinociceptiva veneno bruto bothrops moojeni toxicologia crude venom bothrops moojeni antinociceptive activity
ACESSO AO ARTIGO
http://www.uece.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=358Documentos Relacionados
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