Avaliação da aptidão, conhecimento e prática de atividade física de adultos com diabetes mellitus tipo 2, com enfoque na promoção da saúde

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Avaliar a aptidão física relacionada à saúde, o conhecimento e prática de atividade física de adultos portadores de diabetes tipo 2. Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, descritivo/analítico e transversal, tendo sido conduzido em dois locais: Ambulatório de Diabetes do Adulto, do Serviço de Endocrinologia e Diabetes do Hospital Universitário Walter Cantídio, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, e Núcleo de Assistência Médica Integrada (NAMI) da Universidade de Fortaleza que presta um atendimento de nível primário. Foram estudados 98 indivíduos, dos quais 68 pacientes diabéticos, divididos em dois grupos: 39 (39,8%) provenientes do HUWC-UFC (grupo DM-HUWC) e 29 (29,6%) pacientes que eram assistidos no NAMI-UNIFOR (grupo DM-NAMI); e 30 indivíduos não-diabéticos que constituíram o grupo controle (grupo não-DM). Por meio de anamnese seguindo um roteiro com perguntas específicas, todos os participantes foram interrogados quanto ao conhecimento e prática de atividades física, hábitos relacionados à saúde, existência de complicações e comorbidades, recebimento de recomendação e orientação sobre atividade física, sendo avaliados quanto a dados antropométricos (peso, altura, IMC, relação cintura-quadril); aptidão física relacionada à saúde (% de gordura corporal por bioimpedância; flexibilidade, pelo teste de sentar e alcançar; força muscular, por dinamometria; resistência muscular, pelo teste de abdominal parcial e aptidão cardirrespiratória, através do Teste sem exercício da Universidade de Houston); controle glicêmico e parâmetros cardiovasculares (pressão arterial e freqüência cardíaca de repouso). Os diabéticos assistidos tanto em nível primário quanto em nível terciário apresentaram resultados dos testes de aptidão física semelhantes ao do grupo de não-diabéticos. Contudo, estes resultados nos 3 grupos, estavam abaixo da normalidade, considerando os parâmetros de referência da literatura. Não obstante, a maioria dos indivíduos nos 3 grupos demonstrou um conhecimento sobre a prática de atividade física e a praticavam regularmente. A quase totalidade dos pacientes já havia recebido recomendação, pelos médicos, para a prática de atividade física. Os diabéticos apresentaram, em geral, precário controle glicêmico, mas com baixa freqüência de complicações. A maioria dos indivíduos dos 3 grupos apresentou % de gordura corporal, IMC e RCQ elevados. Os resultados aqui observados sugerem um conhecimento surpreendente e uma razoável prática de atividade física da população diabética e não-diabética em Fortaleza. No entanto, os resultados de aptidão física insatisfatórios tanto entre diabéticos quanto na população não-diabética estudada possivelmente refletem a necessidade de implementação de programas de educação e atividade física mais adequados, com a inclusão do profissional de educação física nas equipes de saúde nos vários níveis de atenção, isto como parte de ações voltadas para a promoção da saúde da população em geral, o que deverá incluir também outras estratégias objetivando um melhor controle glicêmico dos diabéticos para prevenção das suas graves complicações.

ASSUNTO(S)

saude coletiva aptidÃo fÍsica - dissertaÇÕes promoÇÃo da saÚde - dissertaÇÕes diabetes mellitus - dissertaÇÕes

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