Avaliação da aplicação do protocolo de triagem prénatal para toxoplasmose em Belo Horizonte: estudo transversal em puérperas de duas maternidades

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Introdução: Entre as estratégias de prevenção da toxoplasmose congênita incluem-se a educação em saúde e a triagem pré-natal, objetivando, respectivamente, reduzir a exposição aos fatores de risco para a infecção e detectar e tratar a infecção aguda na gestante. O protocolo de assistência pré-natal vigente em BH recomenda que seja solicitada a sorologia para toxoplasmose na primeira consulta, que deverá ocorrer o mais precocemente possível, e que as suscetíveis à toxoplasmose repitam a sorologia com 24-28 semanas de gestação. O objetivo desse estudo é avaliar a aplicação desse protocolo e as orientações oferecidas às gestantes suscetíveis identificadas. Metodologia: Estudo transversal, em duas maternidades públicas, com entrevista de 420 puérperas, entre agosto de 2004 e maio de 2005. Para o cálculo da amostra e para confecção do banco de dados, foi utilizado o pacote estatístico EpiInfo2001 versão 6.04. Resultados: Observou-se na amostra estudada ampla participação no pré-natal (98%) e realização da primeira triagem para toxoplasmose (97%). O início do pré-natal e a realização da primeira sorologia ocorreram em média com 16 semanas. Foram identificadas 163 gestantes como suscetíveis à toxoplasmose e, destas, 44% não foram submetidas à repetição da sorologia e 42% não receberam qualquer tipo de orientação quanto aos fatores de risco para aquisição da infecção. O início precoce do pré-natal (14 semanas em média) e um maior número de consultas (oito em média) foram associados à repetição da sorologia e ao recebimento de orientações. As informações oferecidas foram: evitar contato com gatos (95%), não ingerir ou manipular carne crua (70%) e lavar com cuidado as hortaliças (53%). Quarenta mulheres (24%) foram informadas quanto aos três fatores de risco. Ao final do estudo foi observada uma prevalência para toxoplasmose de 57,8% (IC95% 52,8 62,7). Conclusões: Não houve adesão adequada ao protocolo implantado em Belo Horizonte para triagem pré-natal da toxoplasmose congênita, tanto em relação ao rastreamento sorológico quanto às orientações das gestantes suscetíveis identificadas.

ASSUNTO(S)

diretrizes para a prática clínica decs. hospitais municipais decs. educação do paciente decs. fatores de risco decs. dissertações acadêmicas decs. sistema Único de saúde decs. toxoplasmose congênita/prevenção &controle decs. qualidade dos cuidados de saúde decs. hospitais públicos decs. estudos transversais decs. maternidades decs. toxoplasmose congênita/diagnóstico decs. avaliação de processos (cuidados de saúde) decs. diagnóstico pré-natal decs. transmissão vertical de doença decs. triagem decs. planos e programas de saúde/tendências decs. toxoplasmose congênita/epidemiologia decs. programas médicos regionais decs.

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