Avaliação cistometrica e histologica da cistoplastia mioperitoneal modificada : estudo experiemental em ratos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1998

RESUMO

Introdução: Inúmeras patologias podem acarretar disfunção vesical na criança, as quais podem cursar com alterações na capacidade e complacência da bexiga, necessitando sempre de tratamento clínico ou cirúrgico. São muitas as opções cirúrgicas para as crianças que desenvolvem bexigas de baixa capacidade e complacência. Visando a preservação do trato urinário superior, várias técnicas utilizando segmentos intestinais, buscam diminuir a pressão intra vesical e aumentar o reservatório urinário. Algumas das crianças submetidas a estes tipos de amplia~o vesical, podem desenvolver importantes distúrbios metabólicos devido à reabsorção de solutos da urina bem como infecções urinárias pela produção excessiva de muco. Com o intuito de se evitar estas complicações, várias técnicas foram estudadas experimentalmente na tentativa de se encontrar o substituto vesical ideal. A utilização de retalhos pediculados compostos de peritôneo e músculo baseados na artéria epigástrica inferior porém sem a preservação da inervação, evoluem com retração do retalho e portanto com baixo ganho de capacidade. Com propósito de determinar se a denervação é fator causal da retração do retalho, modificou-se o retalho mioperitoneal, tomando-o pediculado lateralmente, preservando-se sua inervação e comparou-se com uma técnica a qual mantinha-se o peritôneo e o músculo intactos. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo, a avaliação cistométrica e histológica da Cistoplastia Mioperitoneal modificada em ratos. Material e Métodos: Foram utilizados ratos Wistar remeas (n =32), separados em quatro grupos (I, IIa, IIb e III). Todos os ratos foram anestesiados e submetidos a cistometria pré-operatória para avaliação da capacidade vesical. A seguir os ratos foram submetidos a três tipos de cirurgia: G I (sham) (n=8) foi submetido à abertura e fechamento da bexiga; G II (n=16) submetido à cistoplastia com retalho mioperitoneal (baseado em um ramo medial da artéria epigástrica inferior e com manutenção da inervação); GIII (n=8), a bexiga foi aberta e suturada ao peritôneo "in situ". No 30° dia pós-operatório, os ratos dos grupos 1, na (n=8) e m, foram submetidos a nova avaliação cistométrica, foram sacrificados e cortes da bexiga foram enviados para exame histológico. Os ratos do grupo IIb (n=8), foram analisados e sacrificados apenas no 60° dia pós-operatório. Os dados foram tabulados e submetidos a análise estatística. Resultados: Macroscopicamente, observou-se retração da superfície epitelial do retalha nos ratos do grupo II, porém ocorreu um aumento significativo da capacidade vesical corrigida para o peso (ml/100gr), sendo de 29.4% e 21.6% para os grupos IIa e IIb respectivamente e 52.8% no GIII (p<0,05). Não houve aumento significativo no grupo sham (p>0.05). A avaliação histológica revelou metaplasia de células transicionais e musculatura estriada viável nos grupos n e In e ausência de reparação fibroblástica e escassez de células inflamatórias no grupo li. Conclusão: Baseado nos resultados obtidos, concluímos que a Cistoplastia Mioperitoneal modificada determina aumento da capacidade vesical média, porém a Cistoplastia Peritoneal proporcionou um aumento estatisticamente maior quando comparada aos outros grupos e que o mesotélio sofre transformação metaplásica quando exposto à superfície vesical

ASSUNTO(S)

bexiga neurogenica retalhos cirurgicos histologia

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