Avaliação auditiva em adolescentes com diabetes mellitus tipo 1 por meio da audiometria das emissões otoacústicas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O diabetes mellitus tipo 1 é uma das mais freqüentes endocrinopatias da infância e na adolescência e pode apresentar, com o passar dos anos, várias complicações crônicas relacionadas ao grau de controle glicêmico. Muitos trabalhos clínicos têm sido realizados com o intuito de estabelecer a relação entre os distúrbios metabólicos da glicose e alterações da orelha interna. No entanto, o efeito destes distúrbios sobre o sistema cócleo-vestibular é ainda hoje motivo de discussão. O estudo foi conduzido com o objetivo de avaliar a audição de adolescentes com DM1 e verificar a associação entre alterações auditivas, limiares audiométricos, amplitudes das otoemissões e as variáveis gênero, idade, controle metabólico e tempo de doença. Foram avaliados 40 adolescentes com DM1 com idade média de 14, 12 +2,55 anos e tempo médio de doença de 6,75 +3,64 anos e 40 adolescentes do grupo controle com idade média de 13,98 + 2,48 anos. Estes foram submetidos à anamnese, audiometria tonal liminar, imitanciometria, emissões otoacústicas transitórias (EOAT) e por produtos de distorção (EOAPD). Para identificar complicações crônicas e/ou comorbidades, tempo de desenvolvimento da doença e os resultados dos exames de hemoglobina glicolisada dos últimos dois anos utilizou se os prontuários médicos. Alterações na audiometria foram observadas em 7,7% das orelhas dos diabéticos. A perda auditiva foi do tipo neurossensorial afetando apenas as freqüências de 6000 e 8000 Hz, com limiares médios iguais a 36,4 e 42,1dB, não prejudicando a discriminação vocal. Os limiares auditivos se elevaram com o aumento da idade no grupo controle e no grupo de diabéticos (p=0,000). Estes estavam aumentados nos meninos do grupo controle quando comparados com as meninas (p=0,031) e nos diabéticos mal controlados quando comparados aos diabéticos bem controlados (p=0,000) e de controle regular (p=0,006). Alterações nas EAOT e EOAPD ocorreram em 5,1% e em 32,1% das orelhas de pacientes diabéticos, respectivamente. As amplitudes das EOAT estavam diminuídas nos meninos diabéticos quando comparados as meninas diabéticas (p=0,027). As amplitudes das EOAPD diminuíram com o aumento da idade em ambos os grupos (p=0,000). Estas estavam diminuídas nos meninos pertencentes ao grupo de diabéticos (p=0,043) e ao grupo controle (p=0,042) quando comparados com as meninas. O prejuízo coclear pode ser detectado precocemente por meio das EOAPD em um número significativo de orelhas de indivíduos com DM1 apesar dos limiares auditivos dentro da normalidade em 92,3% dos diabéticos.

ASSUNTO(S)

dissertação da faculdade de medicina da ufmg. diabetes mellitus tipo 1/complicações decs adolescente decs diabetes. pediatria teses. emissões otoacústicas espontâneas decs perda auditiva neurossensorial/diagnóstico decs perda auditiva decs cóclea decs orelha interna decs dissertações acadêmicas decs

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