Availability and consumption of fruits of Michelia champaca L. (Magnoliaceae) in the urban area of Uberlândia, MG: a birdexotic plant interaction / Disponibilidade e consumo de frutos de Michelia champaca L. (Magnoliaceae) na área urbana de Uberlândia, MG: uma interação ave-planta exótica

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Plantas exóticas utilizadas na arborização urbana podem ter um importante papel na conservação de aves em ambientes urbanos quando oferecem algum tipo de recurso. O objetivo deste trabalho foi avaliar a disponibilidade de frutos de Michelia champaca na área urbana de Uberlândia, bem como seu consumo por aves. Foram selecionadas três áreas verdes da cidade: Parque do Sabiá, Praça Montese e Campus Umuarama da Universidade Federal de Uberlândia. O estudo foi desenvolvido no período de junho de 2008 a outubro de 2009. Para a análise do consumo dos diásporos (sementes ariladas) por aves foram realizadas observações com o auxílio de binóculo (8x40mm) das 06:00 às 18:00h de forma não contínua (sessões de 2 a 4 horas). Ao todo foram realizadas 167 horas de observação, sendo 47 no Parque do Sabiá, 51 no Campus Umuarama e 69 na Praça Montese. A disponibilidade de diásporos foi estimada por meio da contagem de frutos abertos visíveis em 9 indivíduos no Campus, 13 na Praça e 12 no Parque. Frutos maduros estiveram disponíveis em pelo menos uma das áreas ao longo de praticamente todo o período do estudo inclusive em meses da estação seca, sendo a frutificação mais abundante em fevereiro de 2009. Foram registrados 149 eventos de alimentação (EA) realizados por 20 espécies de aves (3 ordens, 6 famílias,15 gêneros). As espécies mais frequentes foram Dacnis cayana e Tersina viridis com 29 (19,5%) e 21 (14,1%) EA, respectivamente. Estas duas espécies também foram as que consumiram o maior número de diásporos, sendo 54 (20,3%) consumidas por T. viridis e 43 (16,17%) por D. cayana. De todos os diásporos consumidos 85,3% (n= 227) foram coletados por aves pousadas e 14,7% (n=39) foram coletados em vôo. O comportamento alimentar mais frequente foi o de engolir imediatamente o diásporo (n=149; 56,02%). O horário com maior média de EA foi das 8:00 às 9:00 h ( X = 1,5 1,47) seguido pelo período de 7:00 às 8:00 h ( X = 1,46 1,41). Não houve diferença significativa entre as áreas no número de diásporos consumidos (Kruskal-Wallis; H=4,33; gl=2; p=0,12). O número de EA apresentou diferença marginalmente significativa entre as áreas (Kruskal-Wallis; H=5,83; gl=2; p=0,055). Na comparação do número de EA dos principais consumidores houve diferença significativa entre as áreas (Kruskal-Wallis; H= 10,45; gl=2; p=0,005). Em relação à composição avifaunística, a análise de agrupamento revelou maior similaridade entre Praça Montese e Campus Umuarama (CS = 0,69). Em relação aos hábitos alimentares, houve predomínio de espécies onívoras (n=13; 65%), seguidas de espécies insetívoras (n=6; 35%). Não houve registros de interações agonísticas entre os consumidores de M. champaca. Os resultados indicam que esta espécie vegetal pode atuar como fonte alternativa de recurso alimentar para a avifauna local, uma vez que seus frutos ficam disponíveis durante a maior parte do ano.

ASSUNTO(S)

michelia champaca aves ecologia urbana ecologia urbana (biologia) frugivory ave - ecologia birds, urban ecology ecologia frugivoria

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