Autópsias acadêmicas no Brasil - um inquérito nacional

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Assoc. Med. Bras.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014

RESUMO

Objetivo: Investigar o número e a taxa de autópsias acadêmicas, organização geral, ensino e pesquisa em serviços acadêmicos brasileiros. Métodos: Questionários padronizados enviados para escolas médicas brasileiras (n=177) e programas de residência em patologia ativos (n=53) de março a junho de 2009. Dados coletados referentes ao período de 2003 a 2008. Resultados: Trinta e dois serviços em 11 estados responderam à pesquisa. Vinte e um (65,6%) realizam menos de cem autópsias de causas naturais e menos de cinquenta autópsias fetais ou pediátricas/ano. Vinte e quatro (75%) realizam menos de cem autópsias de adultos/ano. Muitas instituições (46,9%) relataram queda no número de autópsias em seis anos. A contagem total e a taxa de autópsias em 2008 variaram, respectivamente, de 1 a 632 (mediana=80) e de 0 a 66% (média=10,6%). Foi observada uma redução contínua no total de autópsias em um grupo de 19 instituições (p<0,01). A mediana da taxa de autópsias caiu de 19,3%, em 2003, para 10,6%, em 2008 (p=0,07). Discrepâncias significativas observadas em autópsias levaram a mudanças na prática institucional de saúde em 37,5% dos serviços. O baixo número de autópsias foi limitante no ensino de graduação para 25% dos entrevistados. Um número mínimo de autópsias é necessário para completar o programa de residência em patologia em 34,6% dos serviços. Conclusão: O número total e a taxa de autópsias acadêmicas diminuíram no Brasil entre 2003 e 2008. O número de autópsias e organização geral dos serviços acadêmicos deve ser melhorado para fortalecer a educação médica, pesquisa e controle de qualidade prestado ao paciente.

ASSUNTO(S)

autópsia brasil inquéritos epidemiológicos educação

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