Autoproliferação celular e expressão do proto-oncogene Bc1-2 em pacientes com leucemia mieloide aguda (LMA) e sindrome mielodisplasica (SMD)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1998

RESUMO

Neste trabalho estudamos o crescimento e diferenciação dos precursores hematopoiéticos da medula óssea, na ausência de fatores estimuladores de colônias (autoproljferação) em vinte e oito pacientes com Leucemia Mielóide Aguda (LMA), doze pacientes com Síndrome Mielodisplásica (SMD) e dezenove controles (indivíduos normais). Os nossos resultados demonstraram que pacientes com LMA e SMD apresentam um aumento autócrino no número de colônias hematopoiéticas que é significativamente superior ao observado em indivíduos normais (p = 0.001). Além disso, verificamos que a presença de autoproliferação celular está associada a um mau prognóstico nas leucemias agudas, pois os pacientes com autoproliferação celular (n = 15) apresentaram uma sobrevida menor em relação aos pacientes com ausência de capacidade autoproliferativa (n = 13), (p = 0.01). O estudo da sobrevida celular, realizado através da caracterização morfológica por microscopia óptica de células apoptóticas, revelou um baixo índice de células apoptóticas em pacientes com LMA (n = 18, P = 0.001) em relação aos controles. Por outro lado, pacientes com SMD apresentaram um alto índice de apoptose celular quando comparado aos indivíduos normais (n = 11, p = 0.001). Em relação à expressão do proto-oncogene bcl-2, verificamos novamente resultados opostos entre os pacientes com LMA e SMD, pois observamos um alto índice de expressão do bcl-2 em células mononucleares de pacientes com LMA (n = 28, P = 0.002) em relação aos controles, e um baixo índice de expressão do proto-oncogene bcl-2 em células mono nucleares de pacientes com SMD (n = 15, p = 0.002). Além disso, verificamos uma correlação linear negativa entre a expressão do proto-oncogene bcl-2 e apoptose celular em pacientes com LMA (rs = - 0.664; P <0.001). A elevada expressão do bcl-2 verificada nos pacientes com LMA também indica uma interferência deste proto-oncogene na resposta celular à quimioterapia, pois sua expressão estava significativamente maior em pacientes refratário&à quimioterapia (p = 0.03). Sendo assim, os resultados obtidos neste trabalho contribuem para uma melhor compreensão dos mecanismos envolvidos no processo de resistência celular à quimioterapia nos pacientes com LMA e também ajudam a esclarecer, pelo menos em parte, alguns processos envolvidos na hematopoiese desordenada nos casos de SMD

ASSUNTO(S)

proliferação celular celulas - cultura hematopoese

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