Autobiografia e ficcionalidade em O Diário do Hospício e o Cemitério dos Vivos

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

14/05/2012

RESUMO

Diário do hospício e O cemitério dos vivos, de Lima Barreto, são obras pouco conhecidas no meio acadêmico. As narrativas de caráter autobiográfico retratam a trágica experiência do autor com a loucura. Sendo que, um dos aspectos que mais chamam a atenção nestes textos é a ambiguidade narrativa, que os insere tanto no plano do registro como da ficcionalidade. Tendo por base tais inquietações, atentamo-nos também para o conceito de literatura da urgência, narrativa autobiográfica e ficção, para analisar um tipo de escrita realizado em um contexto de absoluta opressão, consequência do recolhimento do autor em um hospital psiquiátrico. Assim, temos uma história que apresenta a temática da loucura, inserida em um plano estético produtor de um discurso que sofre as influências diretas da desordem, tais como ruptura da linearidade, fragmentação da narrativa, sobreposição de informações, constantes paradoxos, comuns a esse fenômeno. É bem por isso que a escolha de O cemitério dos vivos e de O diário do hospício, de Lima Barreto, se faz pertinente e justificável. Esses textos, tão enigmáticos quanto o próprio tema da loucura, nos direcionam para a realização desta pesquisa e justifica-se pela vontade de observar: De que maneira a loucura inscreve nesses discursos a intencionalidade estética do autor? Para o desenvolvimento de tal estudo, tivemos como principais textos para o suporte teórico História da Loucura, de Michel Foucault (2009) e, para uma boa análise da narrativa de relato pessoal, O diário íntimo e a narrativa, de Maurice Blanchot (2005), O Pacto autobiográfico de Philipe Lejeune (2008), entre outros.

ASSUNTO(S)

autobiografia estética ficcionalidade loucura modernidade teoria literaria autobiografia estético ficcionalidade locura modernidad

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