Atropelamento de vertebrados silvestres em uma região fragmentada do nordeste do estado de São Paulo: quantificação do impacto e análise de fatores envolvidos.
AUTOR(ES)
Cristiana de Santis Prada
DATA DE PUBLICAÇÃO
2004
RESUMO
A mortalidade por atropelamento é fator de grande impacto sobre populações naturais. O presente trabalho teve os objetivos de quantificar o atropelamento de vertebrados em um circuito das principais estradas da região nordeste do Estado de São Paulo, área fragmentada e com a presença de diversas Unidades de Conservação desconectas, e analisar fatores que influenciam os atropelamentos. Para a contagem de animais atropelados foram realizadas 52 viagens, uma por semana ao longo de um ano (de 19 de agosto de 2002 a 11 de agosto de 2003) fazendo um circuito pelas rodovias: SP253, SP330, SP215, SP310, SP318, SP255. Também foram colhidos dados de atropelamento de animais, fornecidos pela Polícia Militar Rodoviária, Departamento de Estradas de Rodagem de Jaboticabal-SP, ARTESP e duas empresas concessionárias de rodovias. As espécies encontradas foram categorizadas em números de um a cinco, em ordem decrescente, conforme a prioridade à sua conservação na região. O total de vertebrados atropelados registrados nas viagens de campo foi de 596 indivíduos de 81 espécies diferentes: aves, 310 (52% do total, 45 espécies identificadas); mamíferos, 184 (31%, 23 espécies); répteis, 56 (9%, 11 espécies); anfíbios 35 (6%, 2 espécies); e 11 (2%), não foram identificados. Considerando os 239,24km do percurso, foram atropelados 2,49 animais/km/ano. Considerando o esforço amostral de 12.440,48km percorridos, obteve-se a média de 0,048 animais/km percorrido. Somando-se estes dados aos fornecidos por outras fontes de informação, foram reunidos registros de 746 animais: 323 aves, 266 mamíferos, 94 répteis, 35 anfíbios e 28 não identificados. De maneira geral houve menor número de atropelamentos no período seco que no chuvoso, mas houve grande variação entre algumas espécies quanto à sazonalidade dos atropelamentos, devido, aparentemente, à bionomia das espécies. Pelos registros das viagens de campo, a espécie mais acometida foi o gambá (Didelphis albiventris), com 53 registros, ou seja, 28,8% do total de mamíferos, 8,89% do total de animais. A Ordem Carnivora foi a com maior número de espécies atropeladas (4) dentre os mamíferos. Houve registro de espécies ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo como Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), Jaguatirica (Leopardus pardalis), Tamanduábandeira (Myrmecophaga tridactyla) e Jacaré-do-papo-amarelo (Cayman latirostris) e de espécies que não ocorrem naturalmente no Estado. Foi levantado que 70,21% dos animais de categorias 1 e 2, mais prioritários à conservação na região, pereceram em 47%, ou 111,72km do trajeto total estudado. Este trecho está numa área que dista no máximo 10km das Unidades de Conservação da região ou 5km do rio Mogi-Guaçu. Foram discutidas possíveis medidas mitigatórias e propostas quatro áreas prioritárias para o seu estabelecimento.
ASSUNTO(S)
mortalidade rodovias animais ecologia aplicada atropelamento
ACESSO AO ARTIGO
http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=621Documentos Relacionados
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