Atividades, mundo comum e formas de vida: contribuições do pensamento de Hannah Arendt para a terapia ocupacional

AUTOR(ES)
FONTE

Cad. Bras. Ter. Ocup.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-09

RESUMO

Resumo No campo da terapia ocupacional, as atividades – que se atualizam na ação e no fazer das gentes – são abordadas com base em múltiplas óticas: como recurso, instrumento, ferramenta ou objeto de estudo. Este texto buscará pensar as atividades na terapia ocupacional com base em uma perspectiva ontológica, isto é, como elemento constitutivo da vida dos seres humanos. Do ponto de vista ontológico, as ações e os fazeres constituem o seres humanos na medida em que, por meio delas, as gentes criam e recriam as relações que estabelecem entre si, o mundo em que vivem juntas e uma multiplicidade de formas de vida, ao mesmo tempo em que perseveram na existência, perpetuando a vida que atravessa seus corpos. Considerando as atividades com base em uma perspectiva ontológica, apresentaremos o pensamento de Hannah Arendt e o seu conceito de ação, buscando um diálogo com a terapia ocupacional. Arendt colocou a vida ativa no centro de sua reflexão, privilegiando a política e a coexistência entre os seres humanos em sua pluralidade. Para a autora, a liberdade, exercida e experimentada no mundo comum e na esfera pública, garante a existência de seres singulares que, por meio do pensamento, da palavra e da ação vivas, exercem uma ética na forma de cuidado com o mundo.

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