ATIVIDADES HEPATO E NEUROPROTETORA DO DIETIL-2-FENIL-2-TELUROFENIL VINILFOSFONATO / HEPATO AND NEUROPROTECTIVE ACTIVITIES OF DIETHYL-2- PHENYL-2-TELLUROPHENYL VINYLPHOSPHONATE

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Apesar do crescente uso dos compostos orgânicos de telúrio na química e na bioquímica, pouco se sabe sobre a farmacologia de tais compostos. O Dietil-2- fenil-2-telurofenil vinilfosfonato (DPTVP) é um telureto vinílico que apresenta baixa toxicidade em camundongos e uma elevada atividade antioxidante in vitro. Estes dados prévios da literatura nos encorajaram a avaliar mais a fundo esse potencial antioxidante e os benefícios farmacológicos que o composto poderia proporcionar. Foi verificado que o composto protege contra o aumento na peroxidação lipídica em cérebro induzida por agentes neurotóxicos como o ácido quinolínico (QA) e o nitroprussiato de sódio (SNP) in vitro em baixas concentrações (a partir de 1μM). O DPTVP também protegeu contra a disfunção mitocondrial induzida por SNP em córtex, hipocampo e estriado de ratos. Além disso, o composto demonstrou baixa neurotoxicidade, uma vez que não alterou a viabilidade mitocondrial nem o sistema glutamatérgico in vitro nas concentrações antioxidantes (até 50μM). Diante da possível atividade neurotoprotetora observada in vitro pelo DPTVP, o modelo de neurotoxicidade induzido por Mn foi utilizado a fim de avaliá-lo in vivo e ex vivo. A exposição ao Mn por 4 meses (137mg/Kg) causou um prejuízo à atividade exploratória e motora dos ratos, bem como alterações em parâmetros bioquímicos analizados como aumento na lipoperoxidação, redução da viabilidade mitocondrial e redução na captação de [3H]glutamato no estriado, aliado ao aumento nos níveis do metal nessa estrutura. O tratamento por duas semanas com o DPTVP recuperou parcialmente as alterações neurocomportamentais devido à reversão dos danos oxidativos causados pelo Mn no estriado observados post mortem. Além disso, os animais tratados com o DPTVP não demonstraram níveis elevados de Mn no estriado, indicando que o composto pode alterar as condições de transporte do Mn nesse area. Também foi verificada a atividade hepatoprotetora do DPTVP contra o acetaminofeno (APAP) em camundongos. Ambas as doses (200 e 300mg/Kg de APAP) causaram alterações hepáticas como depleção de SH não-protéico, aumento nos níveis de TBARS, inibição da -ALA-D, extravazamento de ALT para o sangue e danos morfológicos aos hepatócitos, entretanto em diferentes intensidades. Dessa maneira, o tratamento com DPTVP (30, 50 e 100μmol/Kg) foi bastante efetivo quando a dose de APAP foi a de 200mg/Kg. Já na dose de 300mg/Kg de APAP, o composto apenas recuperou de fato as alterações histomorfológicas dos hepatócitos. O presente trabalho também evidenciou que a atividade antioxidante do telureto vinílico provavelmente deve-se à sua atividade neutralizadora ou scavenger, uma vez que o composto mostrou-se efetivo em capturar tanto espécies reativas de oxigênio (ERO) quanto de nitrogênio (ERN), como o H2O2, o OH, ON e o ONOO-, provavelmente devido à formação de teluróxido favorecida pela estrurura do composto. Esses resultados sugerem que o DPTVP possui ações hepato e neuroprotetoras em baixas doses devido ao seu potencial antioxidante, e que a formação de teluróxido seja essencial para esses efeitos.

ASSUNTO(S)

manganês hepatoprotetor glutamate acetaminofeno antioxidante tellurium neuroprotector hepatoprotector telúrio neuroprotetor glutamato bioquimica manganese acetaminophen antioxidant

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