Atividades experimentais no ensino de biologia em escolas públicas do estado do Rio Grande do Norte, Brasil: caracterização geral e concepção de professores

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

20/08/2010

RESUMO

Recentes pesquisas têm revelado que boa parte dos professores de Biologia acredita que a utilização das atividades experimentais como instrumento didático seria a solução na melhoria do ensino-aprendizagem nessa disciplina. No entanto, existem alguns estudos que sinalizam a não eficácia dessas aulas práticas no que diz à construção do conhecimento científico. Afirmam ainda que, apesar desse entusiasmo dos docentes, elas são pouco utilizadas no Ensino Médio. Diversos trabalhos apontam como causa dessa baixa frequência dificuldades de natureza pedagógica, tais como ausência de infraestrutura razoável nos laboratórios (a falta de equipamentos, reagentes, vidrarias e insumos); o despreparo dos professores em relação ao planejamento e desenvolvimento das aulas; o grande número de alunos por turmas; insatisfação salarial por parte dos docentes, entre outras; apontam também dificuldades de natureza epistemológica, ou seja, os tipos de visão que professores trazem consigo acerca das ciências e das atividades experimentais. Nesse sentido, o nosso estudo objetivou elucidar se esse cenário perpassa em escolas de nível médio do estado do Rio Grande do Norte Brasil. No processo investigativo utilizamos um universo amostral constituído por vinte instituições de ensino, divididas em dois grupos: cinco escolas federais da rede do IFRN Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, sendo duas delas em Natal e três no interior do estado. O segundo grupo é representado por quinze escolas da rede estadual localizadas na Região Metropolitana do município de Natal. Os objetivos da pesquisa foram realizar a caracterização das escolas em relação aos espaços disponíveis para as atividades experimentais; identificar as dificuldades apontadas pelos professores na realização dessas atividades e conhecer a concepções dos docentes sobre atividades experimentais de Biologia. Foram utilizados como instrumento de coleta de dados um questionário que contemplava questões objetivas e subjetivas, e uma entrevista semiestruturada com auxílio de um gravador de voz. A análise dos dados e a observação in loco permitiram que se constatasse que as escolas federais apresentam melhores condições físicas em relação aos espaços destinados à execução das atividades experimentais, quando comparadas às escolas estaduais. Outro ponto sinalizado é o fato de que os professores das escolas federais dispõem de maior tempo para planejar as atividades experimentais; são mais bem remunerados e suas instituições estão contempladas com uma política de capacitação que possibilita ascensão salarial. Entretanto, todas essas vantagens e benefícios não se mostram numa frequência de maior expressividade em relação ao desenvolvimento das atividades experimentais quando comparados aos professores das escolas estaduais. Tanto os professores das escolas federais como os da rede estadual de ensino apontaram como sendo as principais dificuldades para a realização de atividades experimentais questões inerentes à infraestrutura como a falta de reagentes, equipamentos e matérias de consumo. Isso nos leva a inferir que existem outros problemas que talvez possam ter permanecido implícitos na pesquisa como a falta de habilidade tanto no planejamento como no desenvolvimento das atividades experimentais. Quanto às concepções sobre as atividades experimentais, verificamos em grande parte dos pesquisados uma visão empírico-indutivista de Ciência, possivelmente herdada durante toda sua formação acadêmica e obviamente essa ótica refletiu no modo como planejam e realizam as atividades experimentais com seus alunos

ASSUNTO(S)

atividades experimentais ensino de biologia concepções de professores matematica experimental activities biology teaching teacher conceptions

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