Atividades experimentais em aulas de física: repercussões na motivação dos estudantes, na dialogia e nos processos de modelagem
AUTOR(ES)
Francisco Pazzini Couto
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
As atividades experimentais têm cumprido um inusitado papel no ensino de Física: promover um intenso debate sobre sua pertinência ou não para a aprendizagem de conceitos físicos. A presente pesquisa acompanhou por alguns meses dois professores de Física que tem se destacado em suas escolas por seu reconhecido trabalho calcado no ensino experimental de Física. Em diferentes contextos escolares, os professores utilizam as atividades experimentais para promover a aprendizagem em ciências. O objetivo deste estudo é examinar a efetividade de tais recursos em três direções complementares. Em primeiro lugar, examinamos as estratégias enunciativas utilizadas pelos professores em atividades experimentais, no sentido de verificar se tais atividades promovem o discurso dialógico. Na segunda direção, buscamos evidências de que o uso de experimentos propicia o interesse e engajamento dos estudantes nas aulas de física e quais as estratégias são usadas pelos professores com o propósito de sustentar tal engajamento. Na terceira direção, procuramos verificar se as atividades experimentais cumprem a função de mediar as relações entre mundo de objetos e fenômenos com o mundo dos modelos e teorias físicas, procurando evidências de que as atividades experimentais fornecem elementos para que os estudantes participem da construção e validação de modelos físicos. Para tanto nos valemos da abordagem sociocultural, apoiada em autores como Vygotsky, Bakhtin e Wertsch. Os dados da pesquisa foram construídos por meio de entrevistas, questionários e episódios de ensino selecionados a partir de gravação de aulas em vídeo e anotações de cadernos de campo. Constatamos que, em cenários diferentes, com recursos materiais diversificados e pressões diversas do currículo, os professores conseguem criar um cenário didático em que a experimentação está presente como recurso mediador na apresentação, exemplificação e problematização de conceitos físicos. Concluímos que, nos dois ambientes investigados, as atividades experimentais contribuem para o interesse e maior participação dos estudantes nas aulas de física, além de fornecer suporte ao processo de construção e validação de modelos físicos. No entanto, ao contrário do esperado, mesmo em atividades mediadas por atividades experimentais com problematização, discussão e interpretação de resultados, a abordagem comunicativa dialógica se fez pouco presente.
ASSUNTO(S)
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/FAEC-83WRY2Documentos Relacionados
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