Atividade do veneno de Lachesis muta muta sobre a resposta imune humoral a antigenos não relacionados

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2000

RESUMO

Este trabalho objetivou identificar e demonstrar a razão dos baixos títulos neutralizantes da atividade letal, do soro antiveneno de Lachesis muta, produzido pelo Instituto Butantan. O veneno de Lachesis muta é responsável por 400 acidentes anuais no Brasil e o único tratamento, comprovadamente eficaz, é a soroterapia com antiveneno específico. Os baixos títulos de anticorpos encontrados nos plasmas de equídeos levam a uma descontinuidade de produção ou a um produto com alta concentração de proteína. Estudaram-se também as possibilidades dos venenos de Bothrops jararaca e Crotalus durissus terrificus possuírem o mesmo efeito supressor. Na tentativa de elucidar a possível atividade imunossupressora do veneno de Lachesis muta, foram utilizados como modelo experimental, camundongos selecionados para boa resposta imune humoral (linhagens HQP) e um antígeno não relacionado, no caso o erítrócito de carneiro (EC). O teste de hemoaglutinação foi escolhido para se comparar o efeito do veneno de Lachesis muta na resposta imune a antígenos não relacionados. Grupos de animais receberam veneno de Lachesis muta 24h e 72h antes e concomitante ao EC. Após os primeiros ensaios, em que se verificou a presença de um fator que inibia a produção de anticorpos a um antígeno não relacionado e que este era dose-dependente, o veneno de Lachesis muta foi fracionado por cromatografia de gel filtração em Superdex® 75. Seis frações foram obtidas, porém as frações 4 e 5 apresentaram atividade imunossupressiva. Os venenos obtidos sem as frações 4 e 5 foram utilizados na imunização de equídeos e o título destes animais foi pelo menos, cinco vezes superior ao título obtido por animais imunizados com veneno total. Os resultados obtidos levam-nos às seguintes conclusões: o veneno de Lachesis muta muta apresenta um efeito imunossupressor parcial; pelo menos duas frações distintas apresentam esta atividade; a atividade imunossupressora é dose-dependente; as frações imunossupressoras quando removidas do veneno, faz com que este aumente em cinco vezes os títulos neutralizantes da atividade letal no plasma eqüino

ASSUNTO(S)

antivenenos soroterapia venenos imunossupressão

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