Atividade antiulcerogenica do extrato etanolico bruto obtido a partir das folhas de Solanum variabile Mart

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

Solanum variabile é uma planta pertencente à família Solanaceae encontrada em países de clima tropical e subtropical, inclusive na região Sul e Sudeste do Brasil. Utiliza-se esta planta na medicina popular do Brasil para o tratamento de úlceras gástricas em geral. No entanto, a maioria das pessoas utilizam a S. variabile como sendo a S. paniculatum, pois ambas são conhecidas popularmente como "jurubeba", mas a farmacopéia brasileira só admite a verdadeira jurubeba como sendo a S. paniculatum. Os efeitos toxicológicos agudos do Extrato Etanólico (EE) bruto obtido a partir das folhas de S. variabile foi analisado em diferentes doses e nenhuma morte ou sinal de toxicidade foi observada até a dose de 5000 mg/kg, administrada por via oral, em camundongos. O EE bruto foi testado em diferentes experimentos de indução de úlcera gástrica em camundongos e de úlcera duodenal e úlcera crônica em ratos para avaliação de seu potencial efeito antiulcerogênico. o EE bruto administrado em doses de 250, 500 e 1000 mg/kg inibiu, respectivamente em 51, 49 e 60 % as lesões induzidas por HCI/ etanol; em 33 e 40 % aquelas induzidas por estresse e em 60 e 72 %, as ocosionadas por indometacina e betanecol em camundongos. O EE bruto aumentou o pH do conteúdo gástrico de 4,0 (controle) para 5,4; diminuiu a quantidade de íons H+ ionizáveis no conteúdo gástrico de 7.1 (controle) para 4.2 mEq/m1/4h e, fmalmente, reduziu o conteúdo gástrico total de 340 (controle) para 270 mg. Em relação aos experimentos realizados em ratos, o EE bruto foi capaz de inibir o aparecimento de úlceras duodenais em 64 % e reduziu a área da lesão ulcerativa crônica em 48 % no estômago dos animais tratados durante 14 dias consecutivos com o EE bruto em relação ao controle. Assim, o mecanIsmo de açao antiulcerogênico parece estar envolvido com o aumento dos mecanismos de defesa da mucosa gástrica e/ou por uma atividade antisecretora dos componentes do EE bruto de S. variabile. O possível envolvimento com a liberação ou síntese de fatores de crescimento endoteliais também deve ser considerado. A baixa toxicidade observada em experimentos in vivo e os resultados obtidos nos experimentos de indução de úlcera, analisados em conjunto, confirmam as indicações populares da espécie para o tratamento de úlcera gástrica e duodenal

ASSUNTO(S)

ulceras plantas medicinais etnofarmacologia farmacoepidemiologia

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