Atividade antimalárica de plantas medicinais da biorregião do Araripe-CE em modelo murino - Plasmodium berghei

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A malária, também conhecida popularmente como maleita, febre intermitente, paludismo, impaludismo, febre terçã ou febre quartã, é uma doença infecciosa febril aguda e, em seres humanos, é causada por quatro espécies de plasmódios: Plasmodium falciparum, P. vivax, P. malariae e P. ovale. A malária permanece como uma das principais doenças infecciosas no mundo, sendo a mais importante parasitose, com 250 milhões de casos anuais e mais de 1 milhão de mortes por ano, principalmente em crianças menores de cinco anos. O arsenal profilático e terapêutico contra a malária está bastante restrito, pois todos os antimaláricos em uso atualmente apresentam alguma limitação. Muitas espécies vegetais pertencentes a várias famílias foram testadas in vivo usando o modelo experimental murino Plasmodium berghei ou in vitro contra o P. falciparum, e essa busca tem sido orientada para plantas usadas no folclore popular brasileiro como antitérmicas e/ou antimaláricas ou com atividade antiinflamatória. Estudos sobre a avaliação da atividade biológica dos óleos essenciais de plantas medicinais têm revelado atividades de interesse, como ação inseticida, espasmolítica e antiplasmódica. Tem sido ainda, estabelecido cientificamente que cerca de 60% dos óleos essenciais possuem propriedades antifúngicas e 35% exibem propriedades antibacterianas. Na presente investigação, os óleos essenciais foram obtidos de Vanillosmopsis arborea (Asteraceae), Lippia sidoides (Verbenaceae) e Croton zethneri (Euphorbiaceae), encontradas na biorregião do Araripe-Ceará. A composição química dos óleos essenciais foi parcialmente caracterizada e revelou a presença de monoterpenos e sesquiterpenos. Avaliou-se a toxicidade aguda destes óleos em camundongos sadios, em diferentes doses aplicadas em um único dia e, em quatro dias consecutivos, como também, verificou-se a citotoxicidade in vitro em duas linhagens de células: HeLa e Raw, em diferentes concentrações. Através dos ensaios in vivo foi possível obter valores de dose letal de 7,1 mg/Kg (doses administradas em único dia) e de 1,8 mg/Kg (doses administradas por quatro dias). Nos ensaios in vitro, a concentração inibitória para 50% do crescimento celular em linhagens de células HeLa foi de 588 μg/mL (óleo essencial de C. zethneri após 48 h), de 340 555 μg/mL (óleo essencial de L. sidoides, após 24 e 48 h). O óleo essencial de V. XVI arborea não apresentou citotoxicidade. Todos os óleos essenciais não foram citotóxicos em linhagens de células Raw. Estes dados obtidos sugerem uma moderada toxicidade dos óleos essenciais em estudo, que não os impossibilitam a testá-los em ensaios antimaláricos in vivo. Avaliou-se a atividade antimalárica dos óleos essenciais em camundongos infectados com P. berghei. Os ensaios foram realizados em diferentes experimentos. As três espécies apresentaram atividade antimalárica de 36 - 57% para o óleo essencial do caule de V. arborea; de 32 - 82% para o óleo essencial das folhas de L. sidoides e de 40 - 70% de redução para o óleo essencial das folhas de C. zethneri. Este é o primeiro estudo de evidência de atividade antimalárica com essas espécies no nordeste brasileiro. Estudos posteriores para isolamento dos princípios ativos destes óleos são necessários para constatar se um único princípio ativo é o responsável pela atividade antimalárica ou se ocorre interação complexa de todos os compostos presentes, refletindo em sua atividade biológica

ASSUNTO(S)

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