Atividade antibacteriana de extratos de folhas de Montrichardia linifera (Arruda) Schott (Araceae)
AUTOR(ES)
MIRANDA, J.A.L, ROCHA, J.A., ARAÚJO, K.M., QUELEMES, P.V., MAYO, S.J., ANDRADE, I.M.
FONTE
Rev. bras. plantas med.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2015
RESUMO
RESUMO O uso de plantas medicinais no tratamento de doenças é uma estratégia antiga utilizada por praticamente todas as populações do mundo, e, embora novos antibióticos tenham sido desenvolvidos para o controle de micro-organismos infecciosos, às vezes são ineficazes. Diversos extratos de plantas medicinais têm efeitos antimicrobianos, principalmente quando associados à antibióticos de uso clínico, representando alternativa terapêutica para doenças infecciosas. Montrichardia linifera, conhecida popularmente como aninga, é espécie macrófita, aquática emergente de hábito herbáceo, pertencente a família Araceae e ocorre em áreas alagáveis. A utilidade farmacológica desta espécie é diversificada tendo sido relatada como cicatrizante, antirreumático, antidiurético e expectorante. Devido à relevância no campo etnofarmacológico, ampla utilização na medicina popular e escassez de trabalhos relacionados à atividade antibacteriana desta espécie, objetivou-se com este trabalho avaliar a atividade antibacteriana de extratos alcoólicos de folhas de Montrichardia linifera, coletadas na margem do rio Igaraçu, Parnaíba-PI. O extrato foi testado em oito cepas de bactérias: Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Enterococcus faecalis, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa. Foram utilizadas as técnicas de verificação da formação de halos de inibição e determinação das concentrações inibitórias e bactericidas mínimas. Os testes antibacterianos evidenciaram como principais resultados que o extrato metanólico seco (EMS), extrato metanólico fresco (EMF), e o extrato etanólico seco (EES), apresentaram ação antibacteriana, enquanto o extrato etanólico fresco (EEF) não apresentou atividade para as bactérias testadas. O EMS foi o mais eficiente, inibindo o crescimento bacteriano na concentração de 200 μg/mL para E. faecalis, 400 μg/mL para S. aureus, 400 μg/mL para S. epidermidis e 2.000 μg/mL para P. aeruginosa. O EMF obteve CIM de 2.000 μg/mL para E. faecalis e EES obteve CIM de 250 μg/mL para E. faecalis. Os resultados demonstraram que M. linifera constitui fonte eficiente de compostos bioativos antibacterianos. Os estudos sobre as propriedades farmacológicas de plantas da família Araceae são escassos, e os resultados deste trabalho são pioneiros em relação a atividade antibacteriana desta espécie.
ASSUNTO(S)
araceae bioatividade extratos alcoólicos atividade antibacteriana
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