Atendimento publico em saude mental na cidade de Curitiba : uma proposta de avaliação

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1998

RESUMO

O presente estudo refere-se ao tema geral "avaliação em saúde mental". Apoia-se na opinião de médicos psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais psiquiátricos, prestadores de serviço em ambulatórios e hospitais públicos, ou privados em convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS), da região metropolitana da Cidade de Curitiba, Paraná, Brasil. Realiza-se em duas fases, em um contexto de desinstitucionalização, compreendendo um período de tempo entre novembro de 1994 e março de I998. Os objetivos são: conhecer o perfil dos profissionais; conhecer as dificuldades mais comuns, e problemas correlatos, no cotidiano do processo de trabalho; conhecer sua opinião sobre a desinstitucionalização em curso; e, conhecer sua familiaridade com a legislação pertinente a este tema. Utilizam-se de questionários e entrevistas como instrumentos de coleta de dados. Na primeira fase, antes da Lei N° 11189, Paraná, desinstitucionalizante, aplicam-se os questionários. Dois anos e oito meses depois, na vigência da Lei, realizam-se as entrevistas. Quanto ao perfil, importante característica é a boa formação dos profissionais, via pós-graduação. Conclui-se pelo arrolar de problemas e dificuldades que, segundo a opinião dos respondentes e entrevistados, interferem negativamente no processo de trabalho. Os principais problemas são, entre outros: carência de ambulatórios e ineficiência dos mesmos; hospitais com demanda acentuada, agravada pela procura por parte de pacientes de outras cidades ou estados; dificuldade de o usuário, ambulatorial, adquirir medicamentos devido ao baixo poder aquisitivo; precária distribuição de medicamentos; freqüentes reinternações em decorrência dos problemas acima citados; inexistência de serviços especiais para pacientes portadores de patologias somáticas e para idosos mentalmente doentes; resistência dos hospitais clínicos em aceitar pacientes psiquiátricos; dificuldades práticas em se trabalhar de maneira interdisciplinar; baixos salários; baixo auto-conceito em relação à profissão, associado à insuficiente gratificação no trabalho. Observa-se que, para os profissionais consultados, o processo de desinstitucionalização é aceitável. No entanto, segundo eles, esbarra na carência de serviços extra-hospitalares, particularmente ambulatórios, bem como na ineficiência dos mesmos. Há uma atitude de descrédito quanto ao sucesso da iniciativa manifesta em lei. Esses mesmo profissionais são de opinião de que é necessário humanizar-se o atendimento via maior disponibilidade de recursos extra-hospitalares. Acreditam que o hospital tem um papel importante dentro do plano geral do atendimento. Os profissionais referem uma precária divulgação dos textos legais em relação ao trabalho em saúde mental. Tal situação parece ser um dos determinantes de sua pouca familiaridade com aquilo que se normatiza via decisão por parte das autoridades constituídas. No capítulo destinado à revisão bibliográfica, discorre-se sobre aspectos históricos da psiquiatria brasileira. Apresenta-se, também, um esboço histórico da psiquiatria na cidade de Curitiba. Segue-se, no mesmo capítulo, uma revisão referente às metodologias de avaliação de serviços em saúde mental

ASSUNTO(S)

psiquiatria - historia avaliação

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