Atendimento da doença inflamatória intestinal no Brasil: como é feito, os entraves e as demandas sob a ótica dos médicos
AUTOR(ES)
VILELA, Eduardo Garcia; ROCHA, Henrique Carvalho; MORAES, Antônio Carlos; SANTANA, Genoile Oliveira; PARENTE, José Miguel; SASSAKI, Ligia Yukie; MISZPUTEN, Sender Jenkiel; QUARESMA, Abel Botelho; CLARA, Ana Paula Hamer Sousa; JESUS, Adélia Carmen Silva de; PINTO, Arlene dos Santos; SILVA, Bianca Loyo Pona Schiavetti da; SILVA, Bruno César da; FREIRE, Caio César Furtado; SANTOS, Carlos Henrique Marques dos; BRITO, Carlos; TEIXEIRA, Ellen Francioni Lima; MIRANDA, Eron Fabio; ZABOT, Gilmara Pandolfo; DUARTE, Jozelda Lemos; LUDVIG, Juliano Coelho; CAMPOS-LOBATO, Luiz Felipe de; CASSOL, Ornella Sari; SOUZA, Mardem Machado de; ALMEIDA, Neogélia Pereira de; PARRA, Rogério Serafim; LIMA JÚNIOR, Sérgio Figueiredo de; SAAD-HOSSNE, Rogério
FONTE
Arq. Gastroenterol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2020-12
RESUMO
RESUMO CONTEXTO: As doenças inflamatórias intestinais (DII) são afecções inflamatórias crônicas de caráter recorrente, cujas taxas de incidência e prevalência têm aumentado, inclusive no Brasil. A longo prazo, são responsáveis por danos estruturais que impactam na qualidade de vida, morbidade e mortalidade dos pacientes. OBJETIVO: Avaliar o perfil dos médicos que atendem pacientes com DII, assim como as características deste atendimento, demandas não atendidas e dificuldades. MÉTODOS: Um questionário contendo 17 variáveis foi elaborado e enviado para médicos, selecionados a partir do cadastro da Comissão das Estaduais do Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil (GEDIIB), totalizando 286 médicos de 101 cidades brasileiras distribuídas por 21 estados e Distrito Federal. RESULTADOS: A maioria dos médicos que respondeu o questionário foram Gastroenterologistas e Coloproctologistas. Mais de 60% tinham até 20 anos de atuação na especialidade e 53,14% trabalhavam em três locais ou mais. A dificuldade no acesso ou liberação de medicamentos ficou evidenciada neste questionário, assim como a dificuldade no encaminhamento para profissionais não médicos que atuam em DII. Mais de 75% dos médicos relataram dificuldades para realização de enteroscopia por duplo balão e cápsula endoscópica, e 67,8% para realização da calprotectina. Em relação ao número de pacientes atendidos por cada médico, foi evidenciado que não há uma concentração de pacientes sob a responsabilidade de poucos médicos. O infliximabe e o adalimumabe foram os biológicos mais utilizados e ficou evidenciada prescrição maior de derivados de 5-ASA para retocolite ulcerativa quando comparada à doença de Crohn. Os corticoides foram prescritos para uma parcela menor de pacientes em ambas doenças. Os temas “falha a terapia biológica” e “novas drogas” foram referidos como aqueles com maior prioridade para discussão em eventos científicos. Em relação às possíveis diferenças entre cada região e o restante do país, os médicos da região Norte relataram maior dificuldade no acesso a exames complementares e os médicos da região Nordeste, maior dificuldade no acesso ou liberação de medicamentos. CONCLUSÃO: Os dados obtidos por meio deste estudo mostram o perfil do atendimento médico especializado em DII e podem se constituir em ferramenta útil para para elaboração de políticas governamentais e para sociedade brasileira como um todo.
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