Até que ponto a complexidade angiográfica influi nos resultados tardios de pacientes tratados com stents farmacológicos?: comparação entre indicações on-label e off-label no Registro DESIRE
AUTOR(ES)
Costa Jr., José de Ribamar, Sousa, Amanda G. M. R., Costa, Ricardo, Moreira, Adriana, Cano, Manuel, Maldonado, Galo, Carballo, Mariana, Campos Neto, Cantídio, Jardim, Cesar, Pavanello, Ricardo, Berwanger, Otávio, Sousa, J. Eduardo
FONTE
Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
INTRODUÇÃO: Embora os stents farmacológicos (SF) tenham se mostrado superiores aos não-farmacológicos (SNF) em reduzir reestenose, não está ainda totalmente definida a segurança desses instrumentais quando utilizados para tratar lesões mais complexas. Objetivamos determinar os desfechos clínicos bastante tardios de pacientes tratados com SF para indicações off-label. MÉTODO: Incluímos nesta análise os pacientes consecutivos tratados apenas com SF, entre maio de 2002 e janeiro de 2008, em uma única instituição. Foram excluídos pacientes que receberam SF e SNF no mesmo procedimento, aqueles tratados em fase aguda do infarto agudo do miocárdio (IAM) e os que apresentavam lesões em pontes de safena. Os pacientes foram divididos em dois grupos, conforme a indicação para uso do stent: grupo on-label, pacientes com lesão única, de novo, em vaso de calibre entre 2,5 mm e 3,5 mm, com lesões que não excedessem 30 mm em extensão no caso do stent CypherTM e 28 mm quando o SF utilizado fosse o TaxusTM; e grupo off-label, que incluiu os demais pacientes. Os desfechos primários avaliados foram: ocorrência de óbito cardíaco, IAM e trombose no longo prazo (> 1 ano). RESULTADOS: A maioria dos pacientes tratados era do grupo off-label [1.702 (78,5%) pacientes de 2.167]. O seguimento clínico completo foi obtido em 98,3% da população. Os pacientes do grupo off-label apresentaram maiores taxas de óbito cardíaco (3,0% vs. 2,6%; P = 0,037), IAM (4,1% vs. 2%; P = 0,005) e trombose do stent (1,9% vs. 0,6%; P = 0,021), porém com taxas equivalentes de nova revascularização da lesão-alvo. CONCLUSÕES: Neste registro, o uso de SF em situações de elevada complexidade angiográfica associou-se a baixas taxas de eventos adversos maiores (< 11%) e trombose de stent (< 2%). Entretanto, quando comparados aos pacientes de menor complexidade, essa população apresentou pior evolução tardia.
ASSUNTO(S)
stents farmacológicos resultado de tratamento trombose
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