Associação entre experiências odontológicas na infância e o medo frente ao tratamento odontológico entre universitários das áreas de odontologia, psicologia e matemática

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/07/2011

RESUMO

Apesar do avanço científico e tecnológico, o medo odontológico ainda representa uma barreira aos serviços de saúde bucal e está associado com experiências passadas do paciente. Diante disso, este estudo avaliou a prevalência do medo frente ao tratamento odontológico e a associação com experiências odontológicas ruins na infância entre universitários da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Brasil. Foi realizado um estudo transversal tipo censo com estudantes matriculados nos cursos de odontologia, psicologia e matemática na UFMG. Participaram 1.256 universitários, 505 de odontologia (40,2%), 442 de psicologia (35,2%) e 309 de matemática (24,6%), com idade média de 22,3 anos e predominância do gênero feminino (62,9%) que responderam à versão brasileira validada do Dental Fear Survey (DFS) e outro questionário autoaplicável com questões sobre experiências odontológicas passadas. A análise estatística foi realizada utilizando o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS versão 17.0) e envolveu análise descritiva, bivariada, por meio dos testes Qui-quadrado e Mann-Whitney, e o modelo de regressão de Poisson, com 5% de significância. Escores do DFS foram classificados como baixo medo e alto medo utilizando a mediana (31) como ponto de corte. Houve diferença significativa entre os três cursos de graduação e o alto medo mensurado pelo DFS (p<0,001). Os universitários de psicologia apresentaram maior prevalência de alto medo (67,9%) em relação aos de matemática (50,8%) e de odontologia (33,5%) e os universitários de matemática apresentaram maior prevalência de alto medo em relação aos de odontologia. A maioria dos universitários não relatou experiência odontológica ruim na infância (76,6%), mas entre os que declararam (23,4%) a prevalência de alto medo foi significativamente maior (p<0,001). O modelo multivariado ajustado mostrou que os universitários de odontologia, matemática e psicologia que tiveram experiência odontológica ruim na infância apresentaram 1,69 (95% IC=1,27-2,24), 1,52 (95% IC=1,17-1,98) e 1,48 (95% IC=1,30-1,68) vez maior prevalência de alto medo do que aqueles que foram para exame de rotina, respectivamente. Os estudantes de odontologia e psicologia que foram submetidos ao tratamento de cárie dentária na primeira visita ao dentista apresentaram 1,56 (95% IC=1,12-2,17), e 1,23 (95% IC=1,06-1,43) vez maior prevalência de alto medo do que aqueles que foram para exame de rotina, respectivamente. Os alunos de matemática atendidos por urgência tiveram 1,65 (95% IC=1,23-2,22) vez maior prevalência de alto medo do que os que foram para exame de rotina. O modelo ajustado comprovou ainda que não houve diferença significativa de gênero e idade com o medo mensurado pelo DFS para os três cursos de graduação. Concluiu-se que universitários da área de saúde apresentaram menor prevalência de alto medo ao tratamento odontológico do que aqueles de outras áreas, e que as experiências odontológicas vivenciadas na infância foram associadas à presença de medo frente ao tratamento odontológico na idade adulta.

ASSUNTO(S)

medo de dentistas - teses odontopediatria - teses ansiedade ao tratamento odontológico decs pesquisa em odontologia decs

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