Associação entre a dosagem da proteína c reativa ultra sensível e fatores de risco cardiovascular em idosos projeto Bambuí
AUTOR(ES)
Lucimar Goncalves de Souza Assuncao
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
Introdução: Evidências de estudos laboratoriais, clínicos e epidemiológicos se acumularam nos últimos anos correlacionando inflamação de baixo grau e aterosclerose. O conhecimento da distribuição da PCRus em populações com diferentes faixas etárias, especialmente idosos, e a sua associação com fatores de risco selecionados pode contribuir para sua melhor utilização clínica na predição do risco cardiovascular nessas populações. Objetivos: Avaliar a distribuição da PCRus (Proteína C Reativa ultra sensível) e sua associação com fatores de risco cardiovascular na população maior ou igual 60 anos, na linha de base do estudo de Bambuí. Material e Métodos: O inquérito na linha de base do estudo da coorte de Bambuí compreendeu 1.606 indivíduos residentes na cidade de Bambuí (Minas Gerais, Brasil), o que representa 92% do total, com idade acima de 60 anos. Determinou-se a PCRus pelo método imunonefelométrico em amostra de soro de 1470 idosos, colhidas após 12 horas de jejum e armazenadas a 70°C negativos. Os valores foram associados com as variáveis de risco cardiovascular selecionadas: massa corporal, pressão arterial, tabagismo, sedentarismo, colesterol total, HDL e triglicérides. Para descartar processos inflamatórios evidentes, utilizou-se o critério de exclusão de valores acima de 10mg /L. A comparação dos dados entre os sexos foi realizada utilizando Teste t de Student para comparação de médias, e teste do Qui-quadrado para comparação de proporções. A associação entre o valor da PCRus e as variáveis independentes foi avaliada por regressão linear múltipla ajustada por idade. Resultados: A distribuição dos valores de PCRus na população apresentou distribuição log-normal. Considerando a média e desvio padrão, os valores obtidos foram 3,03 mg/L (±2,50) para ambos os sexos, sendo maiores em mulheres (3,62 ±2,58 mg/L) do que em homens (3,39 ±2,56 mg/L) (p<0,001). Em homens, somente as variáveis colesterol total, glicose e diabetes melitus não tiveram associação positiva com os valores de PCR. No grupo de mulheres idosas observou-se associação dos níveis de PCRus com idade, colesterol HDL maior do que 50mg/dL,colesterol LDL, pressão arterial diastólica e triglicérides.O IMC possui associação positiva com a PCRus (p<0,001) em ambos os sexos. A pontuação do escore de risco de Framingham, segundo os critérios clássicos, associa-se positivamente com as faixas de PCRus. Observou-se diferença significativa entre as categorias do escore. Conclusão: Diferenças na distribuição das concentrações de PCRus de acordo com sexo indicam que os pontos de corte atualmente definidos para avaliação de risco devem ser utilizados com cautela devido ao potencial de classificação inadequada do risco. Idosos com risco de Framinham baixo e intermediário, diabéticos, homens com valores normais de lipídeos e mulheres hipertensas, podem se beneficiar com a adição da PCRus na predição de evento coronariano. A inclusão da PCRus na linha de base do Projeto Bambuí permitirá futuras analises que poderão confirmar ou não os resultados obtidos no presente estudo através do avaliação longitudinal dessa coorte.
ASSUNTO(S)
patologia proteína c-reativa decs aterosclerose decs idoso decs doenças cardiovasculares decs epidemiologia decs marcadores biológicos decs fatores de risco decs estudos populacionais em saúde pública decs dissertações acadêmicas decs dissertação da faculdade de medicina da ufmg.
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/MEDD-8FELCCDocumentos Relacionados
- Associação entre fatores de risco cardiovascular e proteína C-reativa em mulheres idosas
- Crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade: avaliação da reação inflamatória através da dosagem da proteína c-reativa ultra-sensível e prevalência de síndrome metabólica
- Impacto da proteína-C reativa no risco cardiovascular de adolescentes
- Proteína C-reativa ultra-sensível em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 e/ou hipertensão arterial
- Proteína C-reativa ultra-sensível em pacientes com diagnóstico de doença arterial coronariana estabelecido por angiografia