Associação do genótipo nulo GSTM1 e o câncer gástrico: evidências baseadas em meta-análise

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Gastroenterol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

16/03/2017

RESUMO

RESUMO CONTEXTO No Brasil, o câncer gástrico é o quarto mais comum em homens e o sexto entre as mulheres, excetuando-se os tumores de pele não melanoma. Aspectos epidemiológicos evidenciam a etiologia multifatorial desta neoplasia, destacando como fatores de risco: a infecção pela bactéria Helicobacter pylori, idade avançada, tabagismo, etilismo crônico, hábitos alimentares e polimorfismos genéticos. No contexto dos polimorfismos genéticos, tem-se a ausência do gene GSTM1. A falta da função de GSTM1 em detoxificar xenobióticos e promover defesa contra o estresse oxidativo, leva ao maior dano do DNA, favorecendo a carcinogênese gástrica. Este processo é multifatorial e o desenvolvimento do câncer gástrico resulta de uma interação complexa dessas variáveis. ObJETIVO O objetivo do presente estudo foi investigar a associação do polimorfismo nulo de GSTM1 na gênese do câncer gástrico. MÉTODOS Foi conduzida uma meta-análise a partir de 70 artigos colhidos dos bancos de dados: SciELO e PubMed, entre setembro de 2015 e julho de 2016. Para avaliar uma possível associação, utilizou-se o odds ratio (OR) e intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Para avaliar a heterogeneidade dos estudos, utilizou-se o teste do qui-quadrado. A análise estatística foi realizada utilizando-se o BioEstat® 5.3. RESULTADOS A presente pesquisa contou com 70 estudos do tipo caso-controle que incluíram 28.549 indivíduos avaliados para o polimorfismo nulo do gene GSTM1, dos quais 11.208 (39,26%) eram casos e 17.341 (60,74%) eram controles. A análise final mostra que a presença do gene GSTM1 funciona como um fator de proteção contra o desenvolvimento de câncer gástrico (OR=0,788; IC95% 0,725-0,857; P<0,0001). Associação estatística positiva foi encontrada na Ásia (OR=0,736; IC95% 0,670-0,809; P<0,0001) e Eurásia (OR=0,671; IC95% 0,456-0,988; P=0,05). No entanto, não temos dados com significância estatística da Europa (OR=1,033; IC95% 0,873-1,222; P=0,705) e América (OR=0,866; IC95% 0,549-1,364; P=0,534) para inferir proteção ao câncer gástrico no mundo. CONCLUSÃO Esta meta-análise, conclui que a presença do gene GSTM1 é protetora para o surgimento do câncer gástrico, principalmente nos países asiáticos, porém tal resultado não foi encontrado se comparado isoladamente os estudos realizados na Europa e na América.

ASSUNTO(S)

neoplasias gástricas polimorfismo genético meta-análise

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