Aspiração de corpo estranho na árvore traqueobrônquica em crianças: avaliação de seqüelas através de exame cintilográfico
AUTOR(ES)
LIMA, JOÃO ANTÔNIO BONFADINI, FISCHER, GILBERTO BUENO, FELICETTI, JOSÉ CARLOS, FLORES, JOSÉ ANTÔNIO, PENNA, CHRISTINA N., LUDWIG, EDUARDO
FONTE
Jornal de Pneumologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2000-02
RESUMO
Introdução: Embora a aspiração de corpo estranho (ACE) seja um acidente freqüente na faixa pediátrica, com importante morbidade e mortalidade, poucos dados estão disponíveis em nosso meio em relação às seqüelas. O quadro clínico pode ser inespecífico, com ausência de sinais ao exame físico, o que torna necessário um alto grau de suspeição para evitar retardo no diagnóstico e, conseqüentemente, seqüelas brônquicas. Foram descritas alterações na perfusão pulmonar após a retirada de corpos estranhos endobrônquicos de permanência prolongada na via aérea, mesmo com radiograma normal. Objetivo: Descrever as características clínico-radiológicas de crianças com diagnóstico de ACE e analisá-las como prognósticas para seqüelas brônquicas. Instituição: Serviço de Pneumologia Pediátrica de Hospital da Criança Santo Antônio ¾ Porto Alegre. Método: Selecionaram-se crianças com quadro clínico sugestivo e comprovado à broncoscopia de ACE avaliadas no serviço no período de 12 anos. Foram coletados dados referentes a gênero, tipo de corpo estranho, tempo de aspiração, localização na via respiratória e características radiológicas. Os pacientes foram encaminhados a exame cintilográfico de tórax 30 dias após a retirada do corpo estranho. Resultados: Dentre as crianças internadas por ACE no período de março de 1985 a setembro de 1997 obtiveram-se dados mais precisos em 44 delas. A maioria dos corpos estranhos era de origem orgânica (77%). Em 61% das crianças o tempo de aspiração foi maior que sete dias. O local mais comum de impactação foi o brônquio do LID. A cintilografia perfusional, realizada em 24 pacientes, apresentou redução de perfusão em 65% dos exames. A aspiração por mais de sete dias representou risco 3,8 vezes maior de seqüela brônquica quando avaliada por cintilografia. Conclusão: O retardo na retirada do corpo estranho aspirado determina alto risco de seqüelas brônquicas e perfusionais; portanto, deveria ser indicado precocemente o exame broncoscópico em toda história sugestiva, mesmo na ausência de sinais clínicos ou radiológicos.
ASSUNTO(S)
aspiração corpos estranhos brônquios prognóstico
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