Aspectos químicos do estudo interdisciplinar (Química-Agronomia-Farmacologia) de Amburana cearensis A.C. Smith.

AUTOR(ES)
FONTE

2007.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Amburana cearensis A.C. Smith (sin. Torresea cearensis Fr. All) é uma árvore típica da caatinga nordestina, popularmente conhecida como imburana-de-cheiro ou cumaru, caracterizada pela sua casca vermelho-pardecenta de odor peculiar e agradável, atribuído a cumarina. Apresenta relevante importância econômica, sobretudo na carpintaria e perfumaria, e inestimável valor medicinal (propriedades terapêuticas contra afecções respiratórias cientificamente comprovadas), todavia esta espécie sofre ameaça de extinção devido ao extrativismo predatório. Em virtude da necessidade de elaboração de um modelo de exploração auto-sustentável de A. cearensis, foi proposto um estudo integrado Química-Agronomia-Farmacologia. Este trabalho relata a abordagem fitoquímica da pesquisa interdisciplinar, visando o isolamento, a purificação e a caracterização estrutural de novos constituintes químicos da planta adulta (silvestre), cem como a identificação e a quantificação de compostos químicos já conhecidos, considerados biomarcadores, em espécimens jovens de diferentes meses de desenvolvimento (cultivados). As investigações químicas da planta silvestre de A. cearesnsis foram realizadas com extratos etanólicos da casca e do caule, coletadas no município de Quixeramobim-CE, e das sementes adquiridas no comércio de Fortaleza-CE. Os extratos etanólicos foram submetidos a partições líquido-líquido, cromatografias convencionais (adsorção gel de sílica exclusão-gel de dextrana) e modernas (HPLC-fase reversa), resultando no isolamento e identificação de: A. Cumarinas- 6-hidroxi-cumarina e protocatecuato de 6-cumarila; B. Ácidos fenólicos- ácido vanílico e ácido (E)-o-cumárico; C. Flavonóides- quercetina, formonocetina, e os biflavonóides amburanina A e B; Amburosídeos- amburosídeo A, ferulato de 6?-amburosila, protocatecuato de 6?-amburosila, galato de 6?-amburosila, acetato de 6?-amburosila, sinapato de 6?-amburosila e venilato de 6?-amburosila. Os espécimens cultivados de A. cearesnsis, divididos em parte aérea e xilopódio, foram extraídos com etanol e submetidos a uma metodologia química semelhante à adotada para a planta silvestre. Da parte áerea foram obtidos cumarina, aiapina, amburanina B, isocampferídeo, ácido vanílico e ácido (E)-o-cumarico glicosilado, enquanto que do xilopódio forma isolaados ácido p-hidroxi-benzóico, ácido (Z)-o-cumarico glicosiladoe amburosídeo B. As substâncias químicas isoladas tiveram suas estruturas elucidadas por métodos físicos (ponto de fusão e rotação óptica) e espectrométricos (espectrometria na região do infra-vermelho, espectrometria de massa e ressonância magnética nuclear de 1H e 13C, incluindo técnicas uni e bidimensionais), álem de comparação com os dados da literatura. Os extratos etanólicos da planta silvestre (casca e caule) e de espécimens cultivados (parte aérea e xilopódio) foram quimicamente comparados através de análises por HPLC, empregando-se método cromatográfico validado (linearidade, precisão, exatidão, fator de recuperação aceitáveis) e utilizando-se padrões de ácido protocatecuico, ácido vanilico, cumarina e amburosídeo A, obtidos em estudos anteriores. Amburosídeo A foi o constituinte do extrato da planta silvestre. Nos espécimens jovens, ácido vanílico e cumarina revezaram-se como principais componentes, dependendo da parte e da idade da planta estudada.

ASSUNTO(S)

validação rmn 3hplc biflavonóides amburosídeos

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