Aspectos psicossociais do paciente atingido pela hanseníase, com alterações visuais: um estudo de caso
AUTOR(ES)
Adriana Kieling Flores Saab
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006
RESUMO
O que nos moveu a desenvolver este trabalho foi a necessidade de conhecer os aspectos psicosociais da vida da pessoa atingida pela hanseníase com algum grau de comprometimento visual, suas expectativas e necessidades, a partir do relato de seu cotidiano. Houve a necessidade de trazer para a reflexão as situações concretas vivenciadas por essa pessoa, suas possibilidades, dificuldades, obstáculos e desafios que se impõem no processo de convivência comunitária, pois consideramos que qualquer alteração visual que comprometa sua interação com o ambiente é um somatório à condição de portador da hanseníase, já marcada por estigmas, preconceitos e discriminações nas relações sociais. Para conseguir nosso intento, fizemos inúmeras visitas ao Hospital São Julião e à Sociedade de Integração e Reabilitação da Pessoa Humana (SIRPHA), onde obtivemos relatos da história de vida do participante, bem como gravações de suas falas, acompanhados de observações e fotografias do ambiente em que vive e de suas relações de amizade. Enfermeiros e funcionários de cada local também muito contribuíram com seus depoimentos. A coleta de dados também se fez através da análise de seu prontuário no Hospital São Julião e dos documentos nele contidos. O critério de seleção do participante levou em conta o grau de acometimento visual cegueira ou baixa visão, como critério de inclusão. A análise do estudo de caso está embasada na própria história da hanseníase e na representação que a mesma traz no imaginário social, ainda hoje, tantos séculos após sua descoberta e a confirmação de sua cura. O que encontramos na história da humanidade é a grande semelhança entre os hansenianos e cegos na sua forma de tratamento pela sociedade e no seu alto grau de discriminação. Os resultados encontrados mostram que a representação social da doença e o estigma a que era submetido esse paciente, associado à falta de conhecimento e despreparo dos profissionais de saúde, lhe trouxeram seqüelas, culminando com a cegueira e gerando um ser que se contenta com o que lhe é ofertado, colocando-o num estado de conformismo quase permanente.
ASSUNTO(S)
hanseníase cegueira psicologia estigma representação social
ACESSO AO ARTIGO
http://www.tede.ucdb.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=62Documentos Relacionados
- Aspectos psicossociais do paciente com ceratocone
- Atrofia cortical posterior - um caso prototípico de demência iniciando com sintomas visuais: relato de caso
- Ensino itinerante para deficientes visuais: um estudo exploratório
- Modos de intervir com jovens deficientes visuais: dois estudos de caso
- Emprego das medidas anatômicas do buraco macular idiopático obtidas pela tomografia de coerência óptica como fator preditivo nos resultados visuais: um estudo piloto