Aspectos morfológicos e morfométricos da cicatrização da anastomose colônica, em ratos, sob ação de enema de aroeira-do-sertão a 10% (Myracrodruon urundeuva Fr. All.) / Morphological and morphometric analysis of colonic anastomosis healing, in rats, under action of 10% aroeira-do-sertão enema (Myracrodruon urundeuva Fr. All.)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Os procedimentos cirúrgicos para tratamento das doenças dos cólons são comuns na prática médica. As deiscências de anastomoses colônicas podem determinar consideráveis morbidade e mortalidade. A cicatrização destas anastomoses é um processo complexo, e vários fatores podem modificar sua evolução. Os antiinflamatórios têm interessado aos pesquisadores, pelo potencial de interferir nas fases de inflamação e fibroplasia do processo cicatricial. A aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva Fr. All.) é uma planta usada popularmente como antiinflamatório e promotor da cicatrização, em várias afecções. Neste estudo, o objetivo foi avaliar a ação do extrato aquoso da aroeira-do-sertão a 10%, sob a forma de enemas, na anastomose colônica, em ratos. Foram utilizados 48 ratos da linhagem Wistar, machos, com peso médio 320 g, distribuídos em dois grupos, com 24 animais, cada. Todos os animais foram submetidos à laparotomia, com secção transversa completa do cólon descendente, seguida de anastomose colônica. Os ratos do grupo A receberam diariamente, no pós-operatório, enemas de veículo à base de carboximetilcelulose (CMC), até a data da eutanásia. Os animais do grupo B receberam diariamente, no pós-operatório, enemas de extrato aquoso de aroeira-do sertão a 10% em veículo à base de CMC. Nas datas 3, 7, 14 e 21 do experimento, seis ratos de cada grupo foram submetidos à remoção de segmento colônico, incluindo a anastomose, destinado à apreciação histológica e análise qualitativa e quantitativa da resposta celular inflamatória e cicatricial. A evolução morfológica do processo cicatricial foi significantemente menor no grupo aroeira que no grupo controle, no dia 7 do experimento (ρ <0,05). Na avaliação morfométrica, verificou-se menor migração neutrofílica, nos dias 7 e 21, e mais angiogênese e fibrogênese, no dia 14, no grupo aroeira (ρ <0,05). Também houve menor deposição do colágeno, nos dias 3, 7 e 14 do experimento, no grupo aroeira (ρ <0,05). Conclui-se, portanto, que a aroeira é eficaz como antiinflamatório, pois diminui a intensidade da resposta inflamatória aguda inicial (dia 7), durante a cicatrização das anastomoses colônicas. Contudo, apesar de demonstrar ação angiogênica e fibrogênica (dia 14), há retardo na deposição de colágeno (dias 3, 7 e 14), no grupo aroeira. Mais tardiamente (dia 21), entretanto, a aroeira não causa alterações histológicas no processo cicatricial

ASSUNTO(S)

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