Aspectos da função esplenica nas doenças falciformes

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1987

RESUMO

A avaliação da função esplénica foi levada a efeito em 59 pacientes com anemia falciforme, 10 portadores de hemoglobinopatia SC, 4 Sß+ talassêmicos e 14 Sߺ talassêmicos, através da contagem de hemácias com irregularidades de superfície ("pits") a microscopia de contraste de interferência. Adicionalmente em 22 pacientes foi analisada a curva de depuração de hemácias autólogas lesadas pelo calor e marcadas com Cr51. Os pacientes com anemia falciforme mostraram valores de contagem de "pits" de 20,81% ± 10,30, próximos aos indivíduos esplenectomizados (34,96% ± 10,85) e significativamente superiores aos controles normais (0,66 ± 0,54). Nos portadores de hemoglobinopatia SC (10,56 ± 8,44) e Sߺ talassêmicos (14,19 ± 12,84) foram observadas contagens intermediárias entre o grupo normal e os com anemia falciforme. As contagens de hemácias com "pits" não detectaram hiperatividade esplénica, conforme resultados obtidos em 3 pacientes com esplenomegalia, portadores de esquistossomose. Esses pacientes revelaram contagens de hemácias com "pits" semelhantes aos controles normais e rápida depuração de hemácias lesadas e marcadas com Cr51. As correlações entre contagens de hemácias com "pits", idade dos pacientes, dosagem de Hb fetal e porcentagens de células irreversivelmente falcizadas mostraram correlação estatística. Em seu conjunto os dados obtidos nesse trabalho comprovam que no grupo de pacientes estudados a hipofunção esplênica é mais freqüente e provavelmente de aparecimento mais precoce nos pacientes com anemia faleiforme e Sߺ talassemia quando comparados aos com hemoglobinopatia SC, em que as alterações da função esplênicas são mais discretas. Além disso, o pequeno número de pacientes Sß+ talassêmicos estudados apresentou significativa redução na atividade funcional do baço, comparável àquela encontrada nos esplenectomizados.

ASSUNTO(S)

eritrocitos anemia falciforme hemoglobina

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