Aspectos da fotossintese e da assimilação do nitrogenio em quatro especies de leguminosas arboreas tropicais

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Na composição e estrutura das florestas tropicais, as leguminosas estão entre os grupos melhor representados por apresentarem uma alta diversidade de gêneros e espécies em suas três sub-famílias, Caesalpinioideae, Mimosoideae e Papilionoideae ou Faboideae. Muitas das espécies de leguminosas possuem a capacidade de associar-se a microorganismos fixadores de nitrogênio, formando nódulos radiculares e contribuindo para o ciclo do nitrogênio, desempenhando grande importância ecofisiológica. O presente trabalho foi dividido em três capítulos, visando estudar alguns aspectos do crescimento, fotossíntese e assimilação do nitrogênio em quatro espécies de leguminosas arbóreas nativas: Centrolobium tomentosum Mart. Ex Benth, lnga vera Willd., Lonchocarpus muehlbergianus Hass. (espécies que formam nódulos radiculares) e Myroxylon peruiferum L.f. (espécie que não apresenta nódulos radiculares). No capítulo I, avaliou-se o crescimento das quatro espécies aos 7 e 10 meses de idade. Observou-se em geral que, 1 vera apresentou a maior massa seca da parte aérea e o maior acúmulo de nitrogênio nas folhas e que L. muehlbergianus apresentou a maior massa seca de raízes e nódulos e o maior acúmulo de nitrogênio em caule, raízes e nódulos. Por sua vez, M peruiferum apresentou a maior taxa de crescimento relativo e a maior razão de acúmulo de nitrogênio final/inicial em folhas, caule e raízes. Quanto à taxa de assimilação líquida, não foram encontradas diferenças significativas para as quatro espécies. Estes resultados permitem sugerir que M peruiferum mesmo não apresentando nódulos radiculares possuiu maior capacidade para incrementar sua biomassa mais rapidamente que as outras espécies, num mesmo intervalo de tempo. No capítulo II, foram avaliados alguns aspectos da taxa fotossintética e algumas variáveis relacionadas à fotossíntese em plantas com 6 e 7 meses de idade. Supõe-se que, em geral, todas as espécies tenham saturado sua capacidade fotossintética nas primeiras horas da manhã, antes do início das medições sob intensidades luminosas relativamente altas. Mesmo assim, as taxas líquidas de trocas de CO2 foram relativamente baixas quando comparadas às de outras espécies arbóreas. Observou-se que I vera apresentou a maior condutância estomática, a maior taxa de trocas de CO2 e a maior taxa de transpiração nas duas idades, que as outras três espécies. As razões de eficiência do uso da água nas espécies estudadas foram maiores que em outras espécies e, entre elas, C. tomentosum foi a que apresentou a maior eficiência. No capítulo III, avaliou-se a atividade de algumas enzimas relacionadas com a assimilação do nitrogênio e alguns metabólitos, produtos dessa assimilação em plantas com 10 meses de idade. De modo geral, observou-se que I vera apresentou a maior atividade de nitrogenase, glutamina sintetase e glutamato sintase dependente de NADH, mas não é produtora de ureídeos, enquanto que L. muehlbergianus parece ser produtora de ureídeos. Observou-se grande acúmulo de nitrato nas folhas de I. vera e M peruiferum, mas a atividade da redutase de nitrato nestas espécies foi maior na raiz, enquanto que, em C. tomentosum e L. muehlbergianus, o maior acúmulo de nitrato foi observado nas raízes e a maior atividade da redutase de nitrato nas folhas. Discute-se a importância das características ecológicas dessas quatro espécies de leguminosas com algumas variáveis fisiológicas, tratando de visualizar aspectos ecofisiológicos de interesse, com aplicabilidade nos sistemas florestais

ASSUNTO(S)

fotossintese ecofisiologia crescimento (plantas)

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