Aspectos clínicos e tratamento de pacientes com tuberculose ocular presumida em centro de referência de São Paulo, Brasil. Estudo retrospectivo

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras.oftalmol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

02/12/2019

RESUMO

Resumo Objetivo: Descrever aspectos clínicos e esquema terapêutico dos pacientes com tuberculose ocular presumida tratados em um centro de referência em tuberculose de São Paulo. Métodos: Estudo retrospectivo descritivo. O teste exato de Fisher foi realizado quando apropriado. Resultados: A queixa mais comum foi baixa acuidade visual (83,1%), seguida por dor ocular generalizada (25,3%) e visão turva (22,8%). A uveíte posterior foi a apresentação mais comum (35,7%). O tratamento consistiu no esquema atualmente recomendado de rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol (RHZE). A prednisona oral foi incluída no tratamento de 37 pacientes, para tratamento da inflamação aguda, embora não tenha diminuído a prevalência de complicações crônicas, em comparação com a recuperação completa (p = 0,1). O diagnóstico precoce (<70 dias) foi associado a maiores taxas de recuperação total (p = 0,005). Não houve significância estatística quando se comparou a terapia de 6 a 9 meses (p = 0,7). Conclusão: A uveíte tuberculosa pode ser tratada por uma terapia com duração de seis meses. Um breve curso de esteroides melhora os sintomas agudos, embora não reduza as complicações a longo prazo.Abstract Purpose: To analyze and describe the therapy used in presumed ocular tuberculosis in a referral center in São Paulo, Brazil. Methods: Retrospective, descriptive study. Fisher’s exact test was performed when appropriate. Results: The most common complaint was low visual acuity (83.1%), followed by generalized ocular pain (25.3%) and blurred vision (22.8%). Posterior uveitis was the most common presentation (35.7%). Treatment consisted of the currently recommended association of rifampin, isoniazid, pyrazinamide, ethambutol (RHZE) regimen. Oral prednisone was included in the treatment of 37 patients for acute inflammation, although it did not significantly decrease the prevalence of chronic complications compared to full recovery (p = 0,1). Early diagnosis (< 70 days) was associated with higher rates of full recovery (p = 0.005). No statistical significance was observed when comparing 6 to 9-month therapy (p = 0.7). Conclusion: Tuberculous uveitis can be treated with a 6-month duration RHZE therapy. A brief course of steroids may improve acute symptoms, although it did not reduce long-term disabilities.

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