Aspectos clínicos e epidemiológicos do loxoscelismo em São Paulo, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo

DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

Foram analisados, em um estudo retrospectivo, 359 casos de loxoscelismo comprovados ou presumidos, acompanhados no Hospital Vital Brazil, Instituto Butantan, São Paulo, Brasil, entre 1985 e 1996. A aranha foi identificada em 14% dos casos. Os acidentes predominaram nas áreas urbanas (73%), entre setembro e fevereiro. Pacientes maiores de 14 anos foram mais freqüentemente atingidos (92%) e 41% foram picados ao se vestir. Apenas 11% procuraram o serviço médico nas primeiras horas após a picada. A forma cutânea foi a mais freqüente (96%), sendo as principais manifestações descritas: dor (76%), eritema (72%), edema com enduração (66%), equimose (39%). Necrose cutânea ocorreu em 53% dos pacientes, sendo mais freqüentemente observada no tronco, coxa e braço, e naqueles que procuraram atendimento médico mais de 72 horas após o acidente. Infecção local foi detectada em 12 pacientes (3%). A hemólise foi confirmada em 4 casos (1,1%). Exantema generalizado, febre e cefaléia foram observados em 48% dos pacientes. Não se verificou insuficiência renal ou óbito. O antiveneno foi administrado em 66% dos casos, associado a corticosteróide em 47% ou a dapsona em 30%. O diagnóstico presuntivo de loxoscelismo pode ser estabelecido baseado em achados clínicos e epidemiológicos. Maiores investigações são necessárias para se comprovar o valor do antiveneno e outras drogas.

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