Aspectos ambientais e sociais envolvidos na transmissão da L. chagasi no município de Parnamirim/RN

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A leishmaniose visceral é uma doença que nos últimos 20 anos adaptou-se às áreas periurbanas e urbanas, tornando-se endêmica na região metropolitana de Natal, Rio Grande do Norte. Este estudo teve como objetivo avaliar os aspectos ambientais, sociais e a cadeia epidemiológica de transmissão por Leishmania chagasi em área urbana, periurbana e rural do Município de Parnamirim-RN. Realizou-se um estudo com três subestudos: Subestudo 1: Estudo Transversal da infecção humana e seus determinantes socioambientais no ano de 2005. Subestudo 2: Estudo observacional longitudinal com coorte fixa para avaliar a dinâmica da infecção canina por L. chagasi no período de 2005/2006. Subestudo 3: Estudo longitudinal para avaliar a fauna de flebotomíneos e a densidade de L. longipalpis associando aos fatores climáticos. Para inclusão no estudo, os imóveis foram selecionados aleatoriamente e georreferenciados. Na população humana desses imóveis, foi realizado teste de Montenegro e coleta de sangue para detecção de anticorpos antileishmania. A população canina foi examinada quanto à infecção por L. chagasi pelo método de RIFI, ELISA EB e ELISA para rK39. Foi realizado monitoramento entomológico mensal com armadilhas CDC em 10 imóveis de cada localidade. Foi realizado análise quantitativa e qualitativa através do STATISC 6.0 e construção de mapas de predição e probabilidade através do modelo do ArcGis 9.0. Foi encontrada associação da infecção humana por L. chagasi com a área de residência, idade, sexo, densidade populacional, vegetação, tipo de piso do imóvel e destino de água e dejetos. Na população canina, foi observada associação da infecção por L. chagasi quanto à raça, ao porte, sintomas, tempo de moradia no imóvel, presença de cães na vizinhança, presença de cavalos e jumentos na vizinhança, tipo de vegetação da área. A infecção humana estava relacionada com a infecção canina apenas quando analisada considerando-se a localidade. No estudo prospectivo, foi observada soroconversão e perda de anticorpos em 30,8% e 22% dos animais examinados, respectivamente. A taxa de infecção humana por Leishmania chagasi foi de 24,6%, quando avaliada pela presença de anticorpos antileishmania e de 38,6% quando avaliada pelo teste de Montenegro. A taxa de infecção canina foi 32,5% quando avaliada pela presença de anticorpos antileishmania. O vetor Lu. longipalpis apresentou um comportamento atípico. Os resultados indicam que fatores ambientais e sociais são importantes variáveis associadas à infecção por L. chagasi em humanos e caninos, sendo as últimas pontualmente associadas. Desta forma, são necessárias medidas de controle da infecção que enfoquem os pontos estudados, visando a não manutenção da endemicidade na área estudada. Esta pesquisa foi realizada de forma multidisciplinar envolvendo as categorias de: médico, biólogo, veterinário, estatístico, nutricionista e farmacêutico bioquímico

ASSUNTO(S)

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