As Unidades de Pronto Atendimento como unidades de internação: fenômenos do fluxo assistencial na rede de urgências

AUTOR(ES)
FONTE

Physis

DATA DE PUBLICAÇÃO

16/09/2019

RESUMO

Resumo A Rede de Urgência e Emergência (RUE) do município do Rio de Janeiro foi alvo de investimentos e reestruturação com a disseminação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Superlotação, baixa qualidade e integração comprometem a conformação dessa rede. Buscou-se analisar a organização e o funcionamento dos fluxos assistenciais estabelecidos na RUE, a partir do acesso ao leito hospitalar. Foram realizadas 36 entrevistas e análise de dados de bancos de dados primários e secundários, utilizando-se estatística descritiva e a análise exploratória. O acesso ao leito hospitalar é infrequente, sendo atendidas apenas 13% das solicitações totais. As solicitações de leito oriundas das UPAs alcançaram percentuais maiores, 40% para UTI e 36% para clínica geral. No entanto, os cerca de 60% restantes, geralmente, recebem alta ou evoluem para óbito antes de alcançar um leito hospitalar, transformando as UPAs em unidades de internação. Outro fenômeno de destaque foi a relação conflituosa entre os componentes pré-hospitalares (atenção primária e UPA) na dinâmica do fluxo do Vaga Zero, comprometendo a continuidade do cuidado. É necessário aprimorar o nível de integração entre unidades que compõem a RUE bem como expandir e qualificar a retaguarda hospitalar.Abstract Emergency Health Care delivery has been a major issue in the city of Rio de Janeiro was the target of investments and restructuring with the dissemination of Emergency Care Units (UPAs). Overcrowding, poor quality and integration compromise the conformation of this network. The aim was to analyze the organization and functioning of care flows established in the RUE, based on access to the hospital bed. Thirty-six interviews and data analysis of primary and secondary databases were performed, using descriptive statistics and exploratory analysis. Access to the hospital bed is infrequent, with only 13% of total requests being met. Bed requests from UPAs reached higher percentages, 40% for ICUs and 36% for general practice. However, the remaining 60% are usually discharged or die before reaching a hospital bed, turning UPAs into inpatient units. Another prominent phenomenon was the conflictual relationship between the prehospital components (primary care and UPA) in the dynamic of the Vaga Zero flow, compromising the continuity of care. It is necessary to improve the level of integration between units that make up the RUE, as well as to expand and qualify the hospital rearward.

Documentos Relacionados