As respostas políticas do nacional-desenvolvimentismoautoritário à crise econômica estrutural (1973-1985)

AUTOR(ES)
FONTE

Brazil. J. Polit. Econ.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-06

RESUMO

RESUMO Esta pesquisa analisa a Crise Econômica Estrutural brasileira ao longo das décadas de 1970 e 1980 e as respostas políticas do Nacional-Desenvolvimentismo Autoritário (1964-1985). Em primeiro lugar, argumenta-se a respeito das crises internacionais do petróleo de 1973 e 1979, seguidas, neste último ano, do aumento (inesperado) das taxas de juros pelo Banco Central dos EUA e da restrição do crédito externo. Tais fatores contribuíram para a erosão do modelo de crescimento com endividamento externo, que fora exitoso durante o “milagre econômico” (1968-1973) em razão do elevado crescimento do PIB. O aumento das taxas de juros significou o fim do estado de liquidez no mercado financeiro de crédito internacional e o advento de uma política drasticamente recessiva no Brasil, agravando a crise fiscal do Estado e sucumbindo o modelo de industrialização por substituição de importações (ISI), que deu suporte ao Nacional-Desenvolvimentismo (1930-1985). A crise possui uma dimensão exógena e outra endógena, em virtude, respectivamente, da conjuntura externa adversa acima mencionada e do esgotamento da estratégia de crescimento com endividamento externo bem como da adoção, por parte da tecnoburocracia estatal, da ortodoxia convencional na gestão da política macroeconômica. Tais fatores abriram precedente para a degenerescência de um paradigma de desenvolvimento cujo processo decisório fora centralizado no Poder Executivo e marginalizador tanto da instância parlamentar/partidária quanto da sociedade civil e dos trabalhadores. A crise fiscal do Estado trouxe à tona a hegemonia do capitalismo financeiro rentista e não produtivo. Na segunda parte, o artigo analisa as externalidades negativas da crise econômica estrutural no plano social, tais como (1) o enfraquecimento do poder sindical enquanto veículo de canalização das demandas dos trabalhadores junto ao Estado e ao empresariado, (2) a disseminação do desemprego/subemprego nas regiões metropolitanas e do arrocho salarial, (3) o aumento da insalubridade nas relações laborais e, por fim, (4) o esgarçamento do tecido social, por conta da crença do Estado autoritário na (anti)estratégia recessiva para debelar a crise.

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