As Representações Sociais Dos Estudantes Acerca Do Bullying No Contexto Escolar

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/02/2011

RESUMO

A violência vem tomando proporções assustadoras em nossa sociedade, ocupando um grande espaço nas discussões atuais. Partindo da premissa de que a violência é uma construção social que se dá em meio a um conjunto de relações e interações entre os indivíduos, destaca-se a importância dos significados atribuídos ao bullying pelos atores sociais que fazem parte do cotidiano da escola. Deste modo, objetivou-se neste estudo apreender as representações sociais dos estudantes acerca do bullying, a partir dos seguintes tipos de envolvimento: agressor, vítima, vítima-agressora e não envolvido. Trata-se de uma pesquisa de campo, de cunho qualitativo e quantitativo, desenvolvida em instituições escolares do ensino fundamental da rede pública, na cidade de João Pessoa-PB. Este estudo foi realizado em dois momentos: No primeiro, foi utilizada uma amostra constituída por 346 estudantes do sexo feminino e masculino, com faixa etária variando entre 10 e 17anos (M= 13,5; dp= 1,65), sendo a amostra do tipo não probabilística, acidental. Na coleta de dados utilizou-se a técnica de associação livre de palavras; um questionário de dados sociodemográficos e Experiências escolares; e a Escala de Agressão e Vitimizacão entre Pares EVAP; No segundo momento, foi realizada a aplicação do SCAN-Bullying com uma subamostra de 32 estudantes. Na análise dos dados sociodemográficos e da Escala de Agressão e Vitimizacão entre Pares (EVAP) foram utilizadas estatísticas descritivas e inferenciais (qui-quadrado). Mediante a análise da EVAP constatou-se que 39% dos estudantes não estavam envolvidos com o bullying, 27% foram identificados como agressores, 23% comportavam-se como vítimas-agressoras e 11% foram identificados como vítimas. Os dados obtidos através do teste de Associação Livre de Palavras foram processados pelo software Tri-Deux-Mots, revelando que o bullying foi representado de forma semelhante à sua definição teórica, categorizado como agressões diretas (socos e chutes), indiretas (através de ameaças) e como agressões verbais (xingamentos, apelidos), sendo também associado ao racismo e ao preconceito. Para a efetuação da análise do SCAN-Bullying foi utilizado o software ALCESTE, onde se observou que os estudantes identificados como vítimas representaram o bullying a partir de suas experiências de vitimização, destacando como o apoio era percebido diante destas situações. Os agressores atribuíram sentimentos positivos ao papel de agressor, associados à idéia de poder e popularidade, justificando a vitimização a partir das características pessoais da vítima ou em função dos estereótipos sócio-culturais. As vítimas-agressoras representaram o bullying como agressões físicas diretas e indiretas, manifestando comportamentos de revidar a agressão sofrida. Os estudantes que não estavam envolvidos com bullying revelaram uma preocupação com as estratégias de enfrentamento. Estes resultados foram discutidos à luz da literatura especializada, indicando convergência com alguns achados. Buscou-se ainda levantar as limitações potenciais do estudo.

ASSUNTO(S)

contexto escolar adolescentes crianças representações sociais bullying psicologia social bullying social representations child teenager school context

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