As representações de adolescentes e professores sobre o estatuto da criança e do adolescente e efeitos na dinâmica da vida da escola

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/02/2010

RESUMO

Nesta dissertação analisamos resultados de uma investigação empírica que teve por objetivo problematizar o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA junto a adolescentes e professores, identificando representações por eles (com) partilhadas e os efeitos dessas representações na dinâmica da vida escolar. A pesquisa teve como fundamentação principal Moscovici (1978, 1994), Gatti (2005), Bobbio (2004), Arroyo (2002, 2004) e Freire (2000, 2003, 2006). Metodologicamente, a pesquisa caracterizou-se como um estudo de natureza qualitativa, utilizando-se dos grupos focais como principal procedimento de pesquisa para problematizar as representações. As questões que balizaram a pesquisa foram: quais são as representações partilhadas por adolescentes e professores a respeito do ECA? Que efeitos as representações de adolescentes e professores sobre o ECA têm sobre a dinâmica da vida escolar? Como se aproximam ou distanciam as representações de adolescentes e professores? Os resultados mobilizaram uma série de reflexões teóricas a cerca das representações do ECA, produzidas no contexto de um grupo de quatorze adolescentes das classes populares, com idade entre 13 e 18 anos, cadastrados no Cadastro Único CADÚNICO do Governo Federal, pertencentes a uma escola pública da periferia da cidade de Novo Hamburgo/RS, na Educação de Jovens e Adultos EJA e cinco professores, uma profissional da equipe diretiva e uma da coordenação pedagógica. As análises das representações sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente nos permitiram concluir que estas influenciam as relações estabelecidas na dinâmica da vida da escola, onde se constatou que ainda não foi superado o paradigma da Doutrina da Situação Irregular. Os efeitos destas representações são traduzidos por um sentimento de retirada da autoridade da escola, explicitando a tensão entre autoridade e liberdade. Outro efeito observado é a deturpação da noção do social, cabendo uma reflexão urgente em torno de uma Pedagogia Social ou da natureza social da Pedagogia. Identificou-se ainda, como efeito das representações de adolescentes e professores, sobre o ECA, a influência de um possível currículo oculto, onde não são referidas representações sobre aprendizagens que, por excelência, constituem o domínio da escola centrando-se na (pré) ocupação docente em questões comportamentais. O estudo aponta, ainda, a necessidade de se considerar aspectos do Estatuto da Criança e do Adolescente na formação dos profissionais que, de algum modo, vão trabalhar na efetivação dos direitos da infância e adolescência. Além disso, o ECA deveria ser discutido, também, no cotidiano das instituições que fazem a educação das crianças e adolescentes, em todo o país.

ASSUNTO(S)

representations educacao estatuto da criança e do adolescente adolescentes professores representações child and adolescent adolescents teachers

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