As relações de cuidado transpessoal no acompanhamento pastoral do soro-positivo: um estudo de caso

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Amamos a vida e temos muitos planos para ela. Nem sequer queremos pensar na brevidade dos nossos dias ou, ainda, que estamos aqui só de passagem. Por mais dura que a vida nos pareça, nossos corações estão sempre cheios de esperanças e de ideias maravilhosas para nosso casamento, nossos filhos, nosso trabalho, nossos parentes e amigos, nossos investimentos, nosso patrimônio, nossos interesses, nossas aspirações, nossos passatempos e prazeres. Contudo, todos nós somos vulneráveis ao ataque súbito de uma doença grave. Moléstias que apresentam risco de vida não conhecem fronteiras; elas não atingem apenas o CORPO humano, elas desolam também o SER humano. A doença não compromete apenas a integridade biológica, ela também compromete significativamente a integridade pessoal. O HIV, por exemplo, com sua malignidade devastadora, arrasa o sistema imunológico e provoca desolações mentais, morais, emocionais, sociais, familiares, religiosas e culturais. A AIDS se fundamenta sobre a afirmação de elementos estigmatizantes e excludentes, como o sexo, a culpa e a morte. Aqui então compreendemos que o cuidado transpessoal oferecido no acompanhamento pastoral do soro-positivo é componente indispensável em um processo terapêutico humanitário, integrado e bem sucedido. O cuidado pastoral é confortante, é poderoso, comunica segurança e autoridade, acalma as tensões, administra os conflitos, monitora as emoções e vitaliza as instâncias superiores da pessoa enferma, ele comunica uma força de vida que não é simplesmente biológica, mas a vida cônscia, vida emocional, vida pessoal. Ele oferece proteção emocional, mental, moral, espiritual e pessoal mais do que qualquer outra forma de acompanhamento. Nas relações de cuidado com pessoas portadoras de doenças irremediáveis, entendemos ser necessário integrar a visão de vida e morte no contexto da existência terrena. É certo que vive melhor e mais livre quem se sente preparado para morrer, quem consegue encarar a morte com naturalidade, como um acontecimento que compõe nossa experiência na Terra. Quando o cenário muda e temos de enfrentar a morte em seus processos, o acompanhamento pastoral torna-se uma força indispensável e significativa para quem enfrenta o final da jornada.

ASSUNTO(S)

teologia educaÇÃo comunitÁria com infÂncia e juventude cuidado pastoral pastoral care acompanhamento de pessoas com hiv/aids aconselhamento pastoral pastoral counseling attendance of people with aids

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