As reformas sindical e trabalhista na sociedade brasileira neoliberal: ampliando a escuridão na "câmara escura"

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Este estudo busca analisar as transformações em curso na sociedade brasileira no que diz respeito às relações Capital Trabalho no período da implementação do ideário neoliberal como condutor da organização social no Brasil. Propõe-se demonstrar o papel das representações sindicais, em seus vários níveis como coadjuvantes no processo de construção de uma nova sociabilidade dos Mundos do Trabalho e dos trabalhadores. Neste aspecto, a análise terá como temporalidade o período inaugurado em 1990, com o breve governo do presidente Collor de Melo, que começa a implementar o modelo de gestão inspirado no ideário do Consenso de Washington, consubstanciado no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso que estabelece a afirmação neoliberal como projeto societário, e que para os mundo do trabalho constrói uma nova configuração. Chega ao governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, que apesar de sua origem, tanto pessoal, quanto política leva adiante as reformas que visam reconfigurar as relações trabalhistas nesta sociedade. O papel das representações dos trabalhadores e o influxo dos movimentos transformadores de projetos societários neste período histórico são analisados sob a ótica inspirada na tradição marxista, de viés lukacsiano, examinando o papel ontológico do trabalho na construção do ser social, e o pretenso deslocamento da centralidade do trabalho nas sociedades capitalistas contemporâneas, principalmente na brasileira. Neste contexto a formulação de uma sociedade democrática, dada a este período histórico, é discutida sob a ótica de sua intervenção nos Mundos do Trabalho e o papel que suas representações têm na construção desta dita democracia. Investigamos, ainda, o discurso ideológico, vitorioso, que reduziu o papel do trabalho e dos trabalhadores de sujeitos sociais a atores sociais, e como o papel das Centrais Sindicais, principalmente a Central Única dos Trabalhadores, e os agrupamentos políticos que a formaram e formam, sujeitaram-se a fomentar debates institucionais, abrindo mão de seu papel contestador, e, portanto construtores de sociabilidades que pudessem contrapor à hegemônica, para serem parceiros e partícipes da construção desta nova institucionalidade. Conclui-se que os diversos discursos e as ações propostas pelas representações sindicais, por aquelas que detiveram a hegemonia do processo, optaram por construir, em um primeiro momento, discursos adequados ao processo em curso em que a idéia de transformação fora derrotada, e quando da transferência da gestão do Estado para um setor social oriundo de suas fileiras preferiu construir a governabilidade sob o conceito de cidadania em detrimento as lutas dos mundos do trabalho.

ASSUNTO(S)

sindicalismo socialismo ontologia trabalho servico social

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