As profanações de Hilda Hilst em Tu não te moves de ti

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

04/06/2012

RESUMO

Este trabalho estuda os termos sagrado e profano na obra Tu não te moves de ti de Hilda Hilst. Vários autores apontam fatores relevantes para o estudo destes termos, como Émile Durkhein, que em um de seus estudos afirma que entre o sagrado e o profano prevalece uma visão dualista, ou seja, de oposição, mas que não podem ser separadas. Neste sentido, considera-se sagrado as manifestações como uma realidade diferente das naturais, remetendo ao extraordinário, ao anormal, ao transcendental, ao metafísico. Quando o processo é tratado como um fato natural, biológico, normal, estamos no campo do profano, de tudo aquilo que não é sagrado. Segundo Agamben, profano era tudo aquilo que fora sagrado ou religioso e é devolvido ao uso do homem, deixando de permanecer intocável. Dentro das concepções dos dois termos citados acima, é possível ter uma breve discussão com atenção voltada às transformações dos conceitos de sexualidade e de literatura erótica na literatura brasileira. O trabalho perpassa pela relevância do corpo sagrado e profano, e observa estas transformações na obra de Hilst, visando sempre a alternância que a autora faz entre estes termos. O corpus escolhido, Tu não te moves de ti, é uma obra composta por três novelas: Tadeu (da razão), Matamoros (da fantasia) e Axelrod (da proporção), que, a princípio, parecem não se conectarem, mas se entrelaçam totalmente. Tu não te moves de ti desempenha uma função reveladora de falhas, maravilhas e obscuridades do homem. Portanto, desenvolve-se neste estudo sobre a constituição da obra e como podemos definir manifestações sagradas e profanas a partir dos principais personagens de cada novela, tendo por base autores como Émile Durkhein, Mircea Eliade e Giorgio Agambem.

ASSUNTO(S)

erotismo sagrado profano hilst literatura teoria literaria sacred profane erotic literature

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