As práticas de uso de plantas medicinais e fitoterápicos por trabalhadores de saúde na atenção básica / The practices of use of medicinal plants and phytotherapics by health workers in primary care

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

18/12/2012

RESUMO

O objeto deste estudo centrou-se nas práticas de uso de plantas medicinais e fitoterápicos por trabalhadores de uma equipe de saúde da família. O uso de plantas pela população é tradicionalmente disseminado e oficialmente reconhecido pela OMS e pelo Ministério da Saúde. O processo de trabalho em saúde e as ações de cuidado efetivamente empreendidas pelos trabalhadores são influenciados pelas práticas de saúde, que são práticas sociais e que se conformam a partir de um contexto sócio-histórico-econômico-político. As práticas de uso de fitoterápicos, prática de saúde, são convergentes com os propósitos da estratégia saúde da família, uma vez que o projeto que deu origem ao Programa estudado foi proposto como instrumento para ampliar as ações de saúde, a fim de disponibilizar ao usuário um cuidado integral à sua saúde e promover o resgate e o fortalecimento do conhecimento popular. Assim, a fitoterapia emergiu como uma prática anti-hegemônica e encontra respaldo a nível federal na atual Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e no Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. O objetivo deste estudo foi analisar as práticas dos trabalhadores de saúde, relacionadas a políticas e programas que oferecem plantas medicinais e fitoterápicos no SUS com ênfase nos seus sentidos, significados e conhecimentos. A abordagem adotada foi qualitativa, com caráter exploratório-descritivo. Utilizaram-se várias técnicas de pesquisa e fontes de dados. A análise documental, entrevistas e observação participante foram os instrumentos que permitiram acessar o universo desejado. As fontes de dados documentais foram documentos municipais sobre o processo de implantação do Programa e instrumentos de gestão. A fase da observação participante envolveu 10 trabalhadores da equipe de saúde da família. As entrevistas semiestruturadas foram realizadas com três informantes-chave e oito trabalhadores. A coleta se deu no período de janeiro a junho de 2012. Os documentos e os registros das observações e das entrevistas foram submetidos à análise de conteúdo separadamente e, após esse momento, agrupados, o que levou a quatro temas: 1. O Programa de Fitoterapia em Campinas; 2. Os elementos que viabilizam a inclusão de fitoterápicos no processo de trabalho; 3. As práticas de uso de fitoterápicos e plantas medicinais: a população usuária e os trabalhadores e 4. Os sentidos e os significados do uso de plantas medicinais e fitoterápicos na percepção dos trabalhadores. Retomado o contexto em que a fitoterapia foi implantada e como atualmente vem sendo desenvolvida, foi possível perceber que a fitoterapia não faz parte da produção de cuidado realizada pelos trabalhadores da unidade pesquisada. No estudo, alguns possíveis motivos são elencados para entender essa situação, no entanto, entende-se que novos estudos devem ser realizados a fim de se aprofundarem as questões que envolvem a capilarização da fitoterapia entre os trabalhadores. Acredita-se que o esforço de continuar investindo no Programa de Fitoterapia e ainda a ampliação de suas ações no sentido de instrumentalizar os trabalhadores para a prática repercutirão como benefícios tanto para a comunidade quanto para o fortalecimento da rede em si e do programa

ASSUNTO(S)

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