As políticas de educação de jovens e adultos no Brasil e suas formas institucionais e históricas no município de Paulínia-SP : as contradições e potencialidades do conceito de trabalho como princípio educativo emancipatório / Education policies for youth and adults in Brazil and its forms in institutional and historic town of Paulinia-SP : the contradictions and potentialities of the concept of work as an educational principle emancipatory

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A formação do trabalhador nas últimas décadas tem sido alvo de discussões e polêmicas, entre a sociedade civil e política, envolvendo a categoria trabalho. Isto porque neste período a crise estrutural do capital exigiu do campo produtivo um processo de reestruturação, que foi acrescido pelos avanços tecnológicos da automação e da informação. Suas conseqüências no campo social e educacional foram solicitações, cada vez maiores, ao desenvolvimento de capacidades intelectuais e multifuncionais promulgando um novo trabalhador ao mesmo tempo em que criou o desemprego estrutural, a intensificação e a precarização dos postos de trabalho restantes. Neste contexto encontram-se os alunos da EJA e esta, como política educacional denuncia que os desdobramentos da ação do Estado têm se dado por meio de políticas compensatórias. Historicamente sabemos que estas não garantem aos alunos a reinserção ao mundo do trabalho como produtores autônomos, tampouco o exercício de uma cidadania crítica e participativa, afirmam somente o compromisso com o capital, deixando assim, a mercê da manutenção de sua lógica os trabalhadores como dependentes da pobreza e da exclusão. A afirmação destas políticas tem ainda, como escopo ideológico, apontado para saídas conjunturais, que não comprometem a manutenção da expansão e do acúmulo da riqueza por poucos. O poder público, empresarial e alguns segmentos da sociedade civil se unem e desenvolvem teses que, no contexto da educação como mercadoria, torna a educação escolar um produto unilateral ao sucesso da qualificação técnica profissional. É na congruência destes fenômenos que surge como concepção pedagógica à EJA o termo empregabilidade. Esta pesquisa, como integrante deste contexto, objetiva em sua investigação as imbricações históricas e os desdobramentos atuais da política educacional para a EJA. Como hipótese credita a incapacidade da mesma em equacionar, como se propõe, as condições de homens e mulheres alunos da EJA, via educação escolar, impugnando à mesma o termo empregabilidade. Como contraponto defende como tese, que o papel social da EJA, como uma das instituições de atuação na formação do trabalhador, se encontra como processo transitório entre o fim da EJA, como política compensatória de um tempo perdido, e a constituição da Escola do Trabalho. Esta é o permanente exercício da conquista e desenvolvimento do domínio intelectual, manual, estético, ético, político, social e, sobretudo econômico do mundo produtivo pelos trabalhadores que se formam como produtores livremente associados, pela articulação entre a formação no trabalho e a educação escolar. Ambos como campos de conhecimento que ao interagir no âmbito da prática, creditam uma educação para a emancipação.

ASSUNTO(S)

young adult education public policy educação de jovens e adultos trabalhadores - formação profissional políticas públicas empregabilidade emancipação employees employability emancipation

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