As origens históricas do Zaratustra nietzcheano: o espelho de Zaratustra, a correção do mais fatal dos erros e a superação da morte de Deus

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

A partir de um atento exame das relações do Zoroastrismo com a tradição ocidental, bem como a partir de uma detalhada e crítica leitura da obra nietzscheana, este trabalho pretende mostrar o que o personagem Zaratustra, seus discursos e pensamentos poético-filosóficos e passagens correlatas de diversas obras de Nietzsche, espelham enquanto representações de uma filosofia que colhe, direta ou indiretamente, contribuições da tradição zoroastriana ou das suas derivações (na tradição judaico-greco-cristã, e ademais em toda a tradição filosófica ocidental). Municiada com essas contribuições, e com a interpretação que delas se faz, a filosofia nietzscheana questiona toda a tradição de pensamento do Ocidente, propondo a sua substituição por uma nova atitude diante da vida. Esse trabalho pretende mostrar também de que maneira a constituição do Zaratustra nietzscheano ganhou corpo, nos escritos do filósofo alemão, junto com a idéia de fazer, de um personagem homônimo do antigo profeta iraniano (Zaratustra ou Zoroastro, o fundador do Zoroastrismo), o arauto daquele importante texto que pretendeu levar a língua alemã à [sua] máxima perfeição, enfeixando e levando a um clímax profético-poético condizente com o sentido da Terra as idéias-chave de Nietzsche sobre a correção do mais fatal dos erros e sobre a morte de Deus. Procedeu-se a uma minuciosa investigação de razões e modos de a constituição do Zaratustra nietzscheano ter se espelhado no seu homônimo iraniano (seções 1.1 a 1.6), e um levantamento da obra nietzscheana sugeriu inquestionáveis relações com a tradição zoroastriana, no mais das vezes através das repercussões desta. Essas relações foram contextualizadas, em diversas instâncias (seções 2.1 a 2.3.2), no âmbito do mais fatal dos erros, a criação da moral na ocasião mesma de sua transposição para o plano metafísico (Ecce Homo, Por que sou um destino, 3). Mediante uma avaliação das possíveis circunstâncias e repercussões da morte de Deus, as relações da obra nietzscheana com a tradição zoroastriana foram investigadas (seções 3.1 a 3.7), permitindo a compreensão desse acontecimento como componente essencial e trágico desenlace da correção do mais fatal dos erros

ASSUNTO(S)

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