AS MULHERES TAMBÉM LUTAM: UMA “POLÍTICA SEXUAL” A PARTIR DOS CORPOS DAS MULHERES QOM (TOBAS DO OESTE) ANTES NA CONVERSÃO SOCIORRELIGIOSA (CHACO CENTRO OCIDENTAL)
AUTOR(ES)
Gómez, Mariana Daniela
FONTE
Mana
DATA DE PUBLICAÇÃO
2017-09
RESUMO
Resumo Neste artigo reconsidero as antigas "brigas de mulheres" das mulheres tobas do oeste (tobas-pilagá ou Nachilamole#ek) como uma forma de política sexual feminina e analiso-as no contexto do antigo sistema de sexo-gênero toba onde a matrilocalidade, a circulação de homens e a sexualidade transactiva seriam as principais características, segundo minha hipótese. Tais formas de violência interfeminina foram comuns em vários grupos indígenas do Gran Chaco, e, nas aldeias dos tobas do oeste nas primeiras décadas do século XX, estas brigas foram presenciadas e reprovadas por missioneiros anglicanos. Reflito também sobre os vínculos entre estas expressões de violência e a construção do género no passado, a divisão sexual do trabalho e o imaginário sobre o género feminino. Meu hipótese é que estas brigas eram um campo de ação feminino onde eram dirimidos assuntos vinculados à concorrência pelo acesso e controle daqueles homens (maridos e genros) que faziam parte de unidades domésticas matrilocais.
ASSUNTO(S)
tobas-chaco-mulheres- gênero-política sexual
Documentos Relacionados
- ¿Morirán mis hijos o las frutas del monte se secarán si no canto y uso mi amuleto cada noche? Mujeres tobas (qom) y Misioneros Anglicanos en el Chaco Centro occidental (Argentina)
- Uns trabalham e outros lutam: brasileiros e a luta na erva
- Califórnia define o que é “consentimento sexual”
- A política no corpo: mulheres fisiculturistas, corpos hiperbólicos.
- Corpos mutantes, mulheres intrigantes: transexualidade e cirurgia de redesignação sexual