As muitas faces do compadrio de escravos: o caso da Freguesia de São José dos Pinhais (PR), na passagem do século XVIII para o XIX
AUTOR(ES)
Machado, Cacilda
FONTE
Revista Brasileira de História
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006-12
RESUMO
O cruzamento de registros paroquiais (batismo, casamento e óbito) com censos domiciliares e com a genealogia de uma família senhorial permite aprofundar discussões tradicionais na historiografia, acerca das alianças de parentesco ritual efetuadas por escravos. Este artigo sugere que as relações de compadrio dos cativos de São José dos Pinhais (PR) eram mecanismo de manutenção e de ampliação de uma comunidade de negros e pardos, e mesmo de brancos pobres. No entanto, o predomínio de pequenos proprietários de escravos tornou o compadrio estratégico também na busca de proteção social, por parte dos escravos, e instrumento de controle senhorial. Tais características acabaram por reforçar o componente de dominação/submissão e ajudaram a debilitar o caráter igualitário que o parentesco espiritual tridentino também pressupunha, contribuindo para a reprodução da hierarquia social.
ASSUNTO(S)
escravidão compadrio hieraquia social
Documentos Relacionados
- As muitas faces do darwinismo no Brasil do século XIX
- Cor e hierarquia social no Brasil escravista: o caso do Paraná, passagem do século XVIII para o XIX
- Os filhos da escravidão e o primeiro sacramento: batismo, compadrio e sociedade escravista na freguesia de Santo Antônio do Recife, Capitania de Pernambuco, no fim do século XVIII
- Religião, compadrio e hierarquia social: faces da monarquia portuguesa de Antigo Regime em Goiás (séculos XVIII-XIX)
- O direito dos escravos : lutas juridicas e abolicionismo na provincia de São Paulo na segunda metade do seculo XIX